Recentemente, pesquisadores brasileiros, britânicos e americanos alertaram na revista Trends in Ecology and Evolution, que os microorganismos no solo da Amazônia correm perigo.
A Amazônia, conhecida por sua rica biodiversidade vegetal e animal, também possui uma imensa variedade de vida microbiana no solo.
Esses microorganismos desempenham funções ecossistêmicas cruciais. Como o armazenamento de metano.
A Importância dos Microorganismos do Solo
Microrganismos como bactérias, fungos e arquéias são fundamentais para processos ecológicos.
Incluindo o funcionamento das florestas e a regulação de gases de efeito estufa.
Júlia Brandão Gontijo, co-autora do estudo, destaca a importância desses organismos para o equilíbrio entre animais, plantas e os serviços ecossistêmicos dos rios. Ela conduziu o estudo no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA) da USP e atualmente está na Universidade da Califórnia, Davis.
A substituição de florestas por pastagens leva à homogeneização das comunidades bacterianas do solo.
Reduzindo a diversidade funcional desses microrganismos.
Andressa Monteiro Venturini, primeira autora do artigo, explica que, apesar da diversidade bacteriana ser maior nas pastagens, ela é menos variada espacialmente.
Resultando na perda de espécies endêmicas e de funções ecológicas importantes, como o consumo de metano.
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Do Sumidouro à Fonte de Metano
Pesquisas anteriores indicam que a conversão de floresta em pastagem aumenta a presença de arquéias, produtoras de metano.
E diminui as bactérias consumidoras de metano, transformando solos que atuavam como sumidouros de metano em fontes emissoras.
O manejo inadequado do solo, como a remoção da camada superficial e a aplicação de cal, agrava esse efeito.
Tsai Siu Mui, professor do CENA-USP, enfatiza que tanto o uso da terra quanto o manejo do solo são cruciais para mitigar as emissões de metano.
Estudos financiados por acordos entre a FAPESP e a US National Science Foundation (NSF) exploram como essas práticas influenciam a resistência bacteriana a antibióticos e a dinâmica dos gases de efeito estufa.
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Futuras Direções de Pesquisa
Os pesquisadores sugerem que futuras pesquisas devem combinar medidas ambientais e moleculares.
Para melhorar a compreensão das respostas microbianas às mudanças no uso da terra.
A análise de dados isotópicos e a integração da genômica ambiental com bioinformática e aprendizagem automática podem prever e prevenir emissões de metano.
Além de contribuir para estratégias de restauração e gestão do solo.
Esses estudos podem também levar à descoberta de microrganismos benéficos para culturas nativas.
Promovendo uma bioeconomia sustentável na Amazônia.
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BR ARBO: Projeto Mejuruá
A busca por inoculantes derivados da biodiversidade amazônica representa um caminho promissor.
Para aumentar a produtividade agrícola na região sem comprometer a sustentabilidade ambiental.
O projeto Mejuruá da BR ARBO, busca conservar uma grande reserva na Amazônia. Assim, os microorganismos são protegidos e contribuem no armazenamento de metano.
Por Ana Carolina Ávila