Na Conferência das Partes (COP29) o recém acordo feito foi comemorado como um avanço importante após intensas negociações sobre as regras para o comércio de créditos de carbono.
Nos mercados de carbono, um crédito representa a remoção da emissão de uma tonelada de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera.
Para reduzir sua os danos das emissões, países ou empresas podem adquirir créditos gerados por projetos que ajudam a reduzir as emissões, como o reflorestamento ou utilização de energia renovável.
O cerne do mercado é que entidades que superaram suas metas de redução de emissões possam vender créditos para aqueles que estão mais atrasados em reduzir suas emissões.
O Artigo 6 do Acordo de Paris de 2015 estabelece duas formas de comércio de carbono: uma entre países e outra em um mercado administrado pela ONU, aberto tanto para compradores governamentais quanto privados.
Desde a assinatura do Artigo 6 do Acordo de Paris, as negociações de regras desse mercado não cessaram, com diplomatas trabalhando para atingirem um equilíbrio e garantirem o propósito esperado.
O grande marco da COP29 foi o acordo sobre as regras básicas para a criação de um mercado global de carbono, o que representou um passo mais perto para a transparência das negociações.
Agora, há diretrizes para certificar que os projetos de carbono realmente resultem em reduções de emissões e que protejam as comunidades locais.
Uma das pautas discutidas foi o direito das comunidades locais de desafiar a implementação de projetos geradores de créditos de carbono em seus territórios.
O novo acordo prevê padrões de monitoramento rigorosos, para garantir que ações sustentáveis esperadas que foram prometidas sejam cumpridas, fortalecendo a confiança do mercado, além da credibilidade.
Contudo, a desconfiança pela qualidade dos créditos de carbono ainda persistem.
A ausência de padronização de regras dá espaço para que projetos duvidosos continuem sendo negociados no mercado voluntário de carbono, o que prejudica a credibilidade do setor.
Portanto, se bem regulamentado, o mercado de crédito de carbono pode ser um aliado primordial na luta contra as mudanças climáticas, promovendo uma transição para uma energia verde.
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Relação com o Projeto Mejuruá
Iniciativas como o Projeto Mejuruá da BR ARBO apontam o potencial da conservação florestal amazônica para atingirem as metas sustentáveis, sendo considerado um projeto de viés ambiental.
Projetos como o Mejuruá contribuem para o mercado de carbono global ao preservar ecossistemas, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a economia local, alinhando-se com a perspectiva de construir um futuro melhor.
Ana Carolina