O mercado voluntário de crédito de carbono, apesar de críticas sobre sua credibilidade, apresenta crescente valorização e entra no mercado de forma rentável.
O mercado de crédito de carbono permite que haja compensação de emissões de gases de efeito estufa (GEE) por meio de projetos de remoção ou redução de emissões.
Contudo, nos últimos anos, o mercado voluntário de carbono foi abalado por denúncias de créditos ineficazes, sendo questionado por sua integridade e credibilidade.
Em 2023, um relatório concluiu que mais de 90% dos créditos florestais certificados por padrões renomados não representaram cortes efetivos de emissões. Isso trouxe consequências graves, como baixa reputação (acusações de “lavagem verde”) e queda de vendas causadas pela falta de confiança.
Esses eventos destacaram a necessidade urgente de repensar a estrutura e os critérios de qualidade no mercado.

Iniciativas para Fortalecer o Mercado
Com isso, em resposta à crise, uma série de iniciativas internacionais foi implementada para melhorar as condições de mercado e estabelecer padrões mais robustos:
• VCMI e ICVCM: Ambos os conselhos foram criados em 2021 para definir critérios de integridade e melhorar a eficiência do mercado voluntário.
• Global Carbon Market Utility (GCMU): Lançado na COP27, busca ampliar a transparência e a qualidade dos créditos.
• Acordos de certificação: Na COP28, seis programas independentes, incluindo Verra e Gold Standard, concordaram em alinhar suas abordagens para certificação de créditos.
• Governos mais atuantes: Muitos países estão incorporando mercados voluntários em suas metas climáticas nacionais, promovendo maior regulamentação e transparência.
Essas propostas visam recuperar a confiança no mercado e garantir que os créditos gerem benefícios reais e mensuráveis.
Seguros: Reduzindo Riscos no Mercado de Carbono
A incerteza quanto à entrega destas compensações levou ao desenvolvimento de produtos de seguros específicos para mitigar riscos, fundamentais para aumentar a segurança e atividade do mercado
Esses seguros oferecem compensações financeiras ou créditos de substituição caso os projetos falhem, abordando aspectos como:
• Riscos físicos: Incêndios florestais ou desastres naturais.
• Riscos políticos: Mudanças legislativas ou instabilidade local.
• Riscos metodológicos: Falhas em cálculos ou monitoramento.
• Riscos jurisdicionais: Estruturas legais e governança frágeis.
O Futuro previsto dos Mercados de Carbono
A reestruturação do mercado voluntário de carbono depende de uma evolução contínua em termos de credibilidade, transparência e regulamentação.
Assim, deve-se tomar medidas como as mencionadas para priorizar projetos de alta qualidade. Além disso, o uso de tecnologias avançadas, como Blockchain e monitoramento via satélite, são passos cruciais para garantir que os créditos de carbono cumpram seu propósito de combater mudanças climáticas.
À medida que o mercado cresce, ele poderá se ser um instrumento essencial não apenas para emissores compensarem suas emissões, mas também para catalisar o desenvolvimento sustentável e a transição global para uma economia de baixo carbono.
Relação com o Projeto Mejuruá
Iniciativas como o Projeto Mejuruá da BR ARBO também apontam o potencial da conservação florestal amazônica para atingirem as metas sustentáveis, sendo considerado um projeto de viés ambiental.
Projetos como o Mejuruá contribuem para o mercado de carbono global ao preservar ecossistemas, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a economia local, alinhando-se com a perspectiva de transição para uma economia mais sustentável.
Ana Carolina Turessi