Utilizando-se da biomassa, riqueza natural abrangente no Brasil, a nação pode se tornar um líder na produção de hidrogênio verde, entrelaçando economia e sustentabilidade para obter uma solução energética para o futuro.
Atualmente, a produção de hidrogênio no Brasil está fortemente orientada à rota da eletrólise, que utiliza energia elétrica para separar o hidrogênio do oxigênio na água, resultando no chamado hidrogênio verde.
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Contudo, sua produção demanda altas quantidades de energia elétrica, elevando os custos.
Nesse contexto, a termólise, processo no qual resíduos agrícolas são queimados para gerar calor suficiente para produzir o gás de síntese chamado Syngas, foi a solução encontrada.
Esse gás pode ser convertido em hidrogênio e seus derivados, como o querosene sustentável de aviação (SAF), e-metanol e ureia, produtos essenciais para a descarbonização de setores como transporte e indústria química.
Como grande produtor agrícola, o Brasil possui uma abundância de biomassa, colocando a nação em uma posição privilegiada para produzir hidrogênio de baixo carbono a preços competitivos.
Além disso, a diversificação de fontes energéticas — incluindo sol, vento e biomassa — pode transformar o Brasil em um dos maiores exportadores de hidrogênio e seus derivados.
Em conjunto com a diversificação de fontes energéticas, a produção de hidrogênio verde permitirá ao país atender tanto às demandas internas quanto às exportações, especialmente para mercados como a Europa, que está em processo de regulamentação para aceitar o hidrogênio produzido por rotas alternativas.
Normatização do mercado de hidrogênio
Espera-se que a regulamentação europeia para o hidrogênio de baixo carbono seja lançada nos próximos meses, definindo limites para emissões de CO₂ por quilo de hidrogênio produzido.
Com isso, é possível abranger novas rotas, como a termólise, que, embora emitam mais CO₂ do que a eletrólise, oferecem uma alternativa mais viável em termos econômicos, já que, além de aumentar a capacidade de produção, assegura maior flexibilidade frente às demandas do mercado internacional e aos avanços tecnológicos.
Com uma base sólida de recursos naturais, expertise agrícola e avanços tecnológicos, o Brasil está preparado para assumir um papel central na transição para uma economia de baixo carbono.
Portanto, investir na biomassa como uma rota estratégica para o hidrogênio pode não apenas acelerar os objetivos climáticos, mas também fortalecer a competitividade do Brasil e posicioná-lo como protagonista na transição para uma economia de baixo carbono.