Na conferência climática de Bonn aconteceu antes da COP30 no Brasil, o clima era de otimismo com relação ao futuro dos mercados de carbono previstos no Artigo 6 do Acordo de Paris.

Apesar disso muitos problemas importantes continuam sem solução, como a falta de regras claras, a baixa qualidade dos créditos gerados e dúvidas sobre os reais benefícios para o meio ambiente.
A reunião, que deveria ser um momento para refletir sobre esses desafios, acabou destacando apenas histórias positivas e deixando de lado questões sérias que ainda precisam ser enfrentadas.
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Uma das principais críticas foi o foco exagerado nos países que vendem os créditos de carbono geralmente países em desenvolvimento que poluem menos.
Já os países desenvolvidos, que compram esses créditos e são historicamente os maiores responsáveis pela crise climática, quase não foram cobrados por metas mais ambiciosas. Isso preocupa, pois permite que países ricos continuem poluindo e apenas compensem suas emissões com créditos, sem reduzir de fato sua pegada de carbono.
Mesmo quando o órgão da ONU mostrou os resultados da primeira revisão das negociações entre países, apontando problemas como falta de transparência e negociações com créditos de baixa integridade, esses alertas foram ignorados.
Além disso, os especialistas não puderam avaliar completamente a qualidade dos créditos negociados, já que o processo de revisão é limitado. Com isso, práticas que vão contra as regras podem estar passando despercebidas.
Outro ponto discutido foi o que fazer com o dinheiro restante do MDL cerca de US$ 45 milhões. Muitos países pediram que esses recursos fossem direcionados ao Fundo de Adaptação da ONU, que apoia comunidades afetadas pelas mudanças climáticas.
Já outros defenderam usar o dinheiro para impulsionar os novos mercados de carbono previstos no Artigo 6. A decisão final deve ser tomada na próxima COP no Brasil.
As regras do Artigo 6 ainda são fracas e não garantem transparência nem qualidade nos créditos negociados. Para que o mercado de carbono funcione de forma justa e eficaz, é preciso que os países se comprometam a criar regras mais fortes e claras na COP30.
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Projeto Mejuruá
O Projeto Mejuruá fica na floresta amazônica, evitando tem como objetivo a redução do desmatamento e a conservação da vegetação nativa. Por meio da proteção dessas áreas, o projeto ajuda a manter o carbono armazenado nas árvores e no solo, prevenindo sua emissão na atmosfera e contribuindo para combater as mudanças climáticas.