Na busca por formas eficientes de enfrentar a crise climática, governos e empresas têm apostado no plantio de árvores como solução para remover carbono da atmosfera.

No entanto, um novo estudo mostra que há um caminho ainda mais eficaz e com custo menor: proteger as florestas secundárias jovens aquelas que estão se regenerando naturalmente após o desmatamento.
Apesar de seu potencial, essas áreas têm sido ignoradas pelas políticas ambientais e pelos mercados de carbono.
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Pesquisadores da organização The Nature Conservancy analisaram mais de 100 mil áreas florestais no mundo todo, observando um século de regeneração.
Eles descobriram que as florestas não capturam carbono em ritmo constante. A idade da floresta, o tipo de vegetação e as condições ecológicas fazem muita diferença. A absorção de carbono pode variar em até 200 vezes entre áreas de crescimento lento e rápido.
Segundo o estudo, as florestas entre 20 e 40 anos de idade são as que mais capturam carbono. Nas florestas tropicais, o pico acontece por volta dos 23 anos.
Já ecossistemas como savanas e áreas mediterrâneas atingem esse pico mais tarde. Isso significa que preservar áreas jovens que já estão em regeneração pode ser muito mais eficiente do que começar do zero com o plantio de novas árvores.
O potencial é enorme: se a regeneração natural fosse iniciada hoje em 800 milhões de hectares de terras degradadas, seria possível remover mais de 20 bilhões de toneladas de carbono até 2050.
Apesar disso, essas florestas jovens continuam ameaçadas. Na América Latina, elas têm 10 vezes mais chance de serem desmatadas do que as florestas maduras. Na Amazônia brasileira, metade das florestas secundárias é destruída em apenas oito anos.
Ainda assim, os sistemas de créditos de carbono quase não reconhecem seu valor. Proteger essas áreas pode ser uma forma mais rápida, barata e eficaz de combater as mudanças climáticas mas é preciso agir agora.
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Projeto de Carbono: Compromisso com o Meio Ambiente
O Projeto Mejuruá fica na região amazônica e mostra que é possível unir preservação ambiental e geração de créditos de carbono. O projeto trabalha com a proteção das florestas nativas, evitar o desmatamento e conservar a biodiversidade, gerando créditos de carbono verificados que podem ser vendidos no mercado.Projetos como esse reforçam que soluções sustentáveis também passam por incluir populações tradicionais e respeitar os ecossistemas.