Revogação da licença do Projeto Rimba Raya afeta o mercado de carbono

A revogação da licença do Projeto Rimba Raya, localizado em Kalimantan Central, na ilha de Bornéu, por Indonésia, colocou uma grande parte do mercado de carbono em risco significativo. O mercado voluntário global de carbono (VCM) foi afetado negativamente por essa revogação, deixando comerciantes, corretores e participantes do mercado incertos.

O Projeto Rimba Raya foi responsável por cerca de 6,84% dos créditos globais emitidos pela Verra (padrão para certificar créditos de carbono para compensar emissões) para ações baseadas na natureza, de acordo com dados da S&P Global Commodity Insights.

Contudo, desde que a licença foi revogada, cerca de 25,70 milhões de créditos de carbono do Rimba Raya foram retirados e usados para reivindicações de compensação de emissões. Isso representa 9,1% do total de créditos de carbono.

Uma ampla gama de participantes do mercado, incluindo bolsas de carbono, comerciantes e corretores, está sendo afetada por essa incerteza sobre o fornecimento de créditos do Rimba Raya. Uma das bolsas de carbono impactadas é a Climate Impact X (CIX), com sede em Singapura, que possui um contrato spot padronizado para créditos baseados na natureza chamado Nature X (CNX).

O Rimba Raya é um dos principais projetos de incentivo a descarbonização REDD+ da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e seus créditos podem ser entregues na cesta CNX.

Por enquanto, o responsável pela emissão de créditos de carbono, Verra, não fez uma declaração pública sobre a revogação da licença do Rimba Raya. Em vez disso, está em discussões internas com as partes interessadas para avaliar o estado do projeto e as próximas etapas.

Saiba mais: RIMBA RAYA

Preocupações no mercado de carbono

A revogação da licença Rimba Raya levanta dúvidas sobre os acordos de venda e compra de créditos de carbono. Um investidor do projeto com sede em Toronto, Carbon Streaming, declarou que possui um acordo de compra e venda com o desenvolvedor do projeto, InfiniteEARTH, e está procurando informações sobre o status atual da licença e suas implicações.

As negociações de balcão (OTC) são afetadas pela situação, principalmente as que dependem de créditos de carbono com rótulos específicos, como os padrões Clima, Comunidade e Biodiversidade (CCB) da Verra. A relutância dos compradores está aumentando devido à incerteza sobre o status do CCB do Rimba Raya. Isso afeta a demanda por créditos de projeto mais antigos.

Os créditos do Rimba Raya estão sendo negociados a valores acima da média do mercado, de acordo com os preços recentes, embora o impacto nos preços dos créditos de carbono ainda não tenha sido totalmente refletido no mercado. Essa situação enfatiza os problemas que o mercado de carbono enfrenta devido a fatores regulatórios, bem as a importância de acompanhar de perto o desenvolvimento da situação do Rimba Raya.

Apesar da situação, é importante que os investidores tenham em mente, que os créditos podem ser uma solução viável para as mudanças climáticas e esperar que os responsáveis pelo projeto Rimba Raya se posicionem.

É importante ressaltar que os créditos de carbono gerados pela reserva na Amazônia da BR ARBO são confiáveis e de qualidade.

Crescimento da demanda de investimentos verdes no Brasil

O Projeto Rimba Raya, assim como outros projetos de créditos de carbono, indicam que os investidores notaram a alta rentabilidade dos investimentos verdes. 

Ela pode ser compreendida como o aumento do nível de fluxos financeiros de diferentes setores em direção ao desenvolvimento sustentável. 

O Projeto Mejúrua é um exemplo de finanças verdes.

Ao mesmo tempo que será preservado parte do território Amazônico, pretende-se conciliar o desenvolvimento sustentável com o econômico.

O projeto da BR ARBO, criado pelo empresário Gaetano Buglisi, irá gerar emprego para as comunidades locais e vender créditos de descarbonização.

Essa preocupação com a sustentabilidade indica que cada vez mais o mercado está buscando lucrar com atividades mais sustentáveis. Espera-se que as finanças verdes cresçam ainda mais nos próximos anos.

Por Ana Carolina Ávila

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