Oceano pode contribuir para descarbonização na Índia

Recentemente, pesquisadores do IIT Madras (Instituto Indiano de Tecnologia de Madras) descobriram que o Oceano Índico pode ser um bom lugar para armazenar grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2) de forma permanente. Isso poderia ajudar muito a Índia a atingir suas metas de descarbonização até 2070.

Os pesquisadores acreditam que essa estratégia não prejudicaria os ecossistemas marinhos, sugerindo o armazenamento de CO2 em reservatórios líquidos ou hidratos sólidos em profundidades específicas.

Essa pesquisa do IIT-Madras é especialmente importante porque muitos oceanógrafos notaram que o Oceano Índico é um dos oceanos menos explorados do mundo. A captura e armazenamento de carbono (CAC) é o processo de coletar dióxido de carbono da atmosfera ou de fontes industriais e posteriormente armazená-lo no subsolo ou em reservatórios oceânicos.

A Baía de Bengala, que é uma parte significativa do Oceano Índico, é o foco da investigação do IIT-Madras sobre a capacidade dessa bacia oceânica de sequestrar carbono. Os resultados da pesquisa são otimistas.

Resultados da Pesquisa de capacidade de descarbonização

A pesquisa apontou dois pontos positivos para a utilização do oceano índico na descarbonização da Índia. Essas formas de armazenamento permitem que o dióxido de carbono permaneça no oceano de forma segura, sem entrar na atmosfera. Os pontos positivos foram:

  • Capacidade Armazenamento de CO2:  a Baía de Bengala pode sequestrar centenas de gigatoneladas de CO2 antropogênico em sedimentos marinhos e oceânicos ao longo de vários anos. Isso equivale às emissões totais da Índia de gases de efeito estufa em vários anos.
  • O CO2 pode ser armazenado de várias maneiras: Há duas formas principais de CO2 armazenado: hidratos de gás ou reservatórios líquidos ou hidratos sólidos. Em profundidades superiores a 500 metros, os hidratos de gás não podem ser formados, enquanto os reservatórios líquidos e sólidos podem ser formados em profundidades superiores a 2.800 metros. Essas formas de armazenamento permitem que o dióxido de carbono permaneça no oceano de forma segura, sem entrar na atmosfera.

O líder da pesquisa, o professor Jitendra Sangwai, afirmou que essas estratégias são viáveis porque os hidratos de gás, como o metano, estão presentes no oceano há milhões de anos sem causar nenhum impacto significativo no meio ambiente.

Esse estudo leva em consideração a segurança do ecossistema marinho, pois o armazenamento direto de CO2 em profundidades rasas pode ser prejudicial à vida marinha. Portanto, para evitar danos ao meio ambiente, a ênfase está na descoberta de técnicas de armazenamento permanente em profundidades maiores.

Saiba mais: Oceano Índico

Essa iniciativa mostra que a Índia está comprometida a enfrentar as mudanças climáticas e construir um futuro mais sustentável. O país está dando passos significativos em direção às suas metas de descarbonização e neutralidade de carbono ao aproveitar o potencial de armazenamento de CO2 do Oceano Índico.

Além disso, as iniciativas semelhantes em outras áreas, como o Mar do Norte, mostram a viabilidade e o potencial comercial desses projetos de captura e armazenamento de carbono. A captura de carbono oceânico pode desempenhar um papel importante na transição para uma economia de baixo carbono e na mitigação das mudanças climáticas globais.

Crescimento da demanda de investimentos verdes no Brasil

Assim como na Índia, no Brasil os investidores buscam oportunidades de investir em projetos sustentáveis.  

Essa ação aumenta o nível de fluxos financeiros de diferentes setores em direção ao desenvolvimento sustentável. 

O Projeto Mejúrua é um exemplo de finanças verdes.

Ao mesmo tempo que será preservado parte do território Amazônico, pretende-se conciliar o desenvolvimento sustentável com o econômico.

O projeto da BR ARBO, criado pelo empresário Gaetano Buglisi, irá gerar emprego para as comunidades locais e vender créditos de descarbonização.

Essa preocupação com a sustentabilidade indica que cada vez mais o mercado está buscando lucrar com atividades mais sustentáveis. Espera-se que as finanças verdes cresçam ainda mais nos próximos anos.

Por Ana Carolina Ávila

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