Frigoríficos divulgam rastreio de animais na Amazônia

Bovinos na Amazônia
Bovinos na Amazônia

Uma norma de autorregulação da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), lançada em maio de 2023, exige que os animais abatidos na Amazônia sejam rastreados para garantir que não tenham passado por áreas desmatadas.

Bovinos na Amazônia
Bovinos na Amazônia

Recentemente, os frigoríficos brasileiros começaram a cumprir essa norma. Essa medida visa evitar que, até janeiro de 2026, as empresas que não realizarem o rastreamento completo das suas atividades na Amazônia percam acesso a crédito.

As instituições financeiras têm liberdade de de aderir à norma, e até agora 21 importantes bancos brasileiros já aderiram, entre os quais

  • Bradesco
  • Itaú
  • Banco do Brasil
  • Sicredi

Algumas empresas, porém, não forneceram todas as informações exigidas nas primeiras divulgações, especialmente os números absolutos de cabeças de gado abatidas, alegando segredo comercial.

Desafio é garantir rastreabilidade do rebanho

Devido à complexidade do sistema que permite que os animais passem por várias fazendas antes do abate, o setor pecuário enfrenta desafios para garantir a rastreabilidade completa da cadeia de produção.

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Os bancos brasileiros e os importadores da União Europeia (UE) exigem rastreamento completo a partir de janeiro de 2025.

A maior produtora mundial de proteína animal, a JBS, se comprometeu a zerar a compra de gado de áreas amazônicas desmatadas até 2025, mas ainda enfrenta problemas com a transparência de seus fornecedores indiretos.

A empresa divulgou apenas porcentagens dos animais abatidos na região, não os números absolutos.

A Febraban defende o envolvimento de toda a cadeia para garantir a rastreabilidade completa.

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Apesar disso, foram levantadas preocupações pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) sobre a responsabilidade dos bancos em conhecer seus clientes.

Programas de integridade e sistemas de rastreabilidade com uso de brincos para identificação de animais estão entre as iniciativas que estão sendo desenvolvidas para acelerar o desenvolvimento de políticas públicas de rastreamento. No entanto, ainda há problemas a serem resolvidos para garantir que um sistema de rastreamento funcione bem e seja completo.

Se essa ação for bem-sucedida, um maior controle de toda cadeia produtiva de carne, pode contribuir para a preservação da Amazônia.

Projeto BR ARBO ajuda a evitar desmatamento na Amazônia

Além da rastreabilidade, outros projetos podem ajudar a evitar o desmatamento na Amazônia. Um dos exemplos desse tipo de atividade no Brasil é a do projeto BR ARBO na Amazônia, liderado pelo empresário Gaetano Buglisi.

Com uma área de 903 mil hectares (9030 km²), três vezes ao tamanho de Hong Kong, o projeto visa preservar a floresta Amazônica para a criação de créditos de carbono.

Os créditos de carbono acabam gerando títulos verdes, que podem ser transacionados nos mercados internacionais, contribuindo para evitar o desmatamento da Amazônia.

Por Ana Carolina Ávila

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