Disparidade do financiamento do governo para pesquisas na Amazônia

Um estudo preocupante realizado recentemente mostrou uma disparidade significativa do financiamento do governo federal para pesquisas sobre biodiversidade na região amazônica. Embora a Amazônia seja o local da maior floresta tropical do mundo e represente a maior parte do território nacional do Brasil, ela recebe apenas uma fração dos recursos destinados à pesquisa em comparação com outras partes do país.

Uma das maravilhas naturais mais impressionantes do mundo é a Floresta Amazônica. É o lar de milhões de espécies de plantas, animais e insetos, muitos dos quais ainda não foram descobertos e catalogados pelo ciência, devido a sua extensão verdejante. Além disso, absorvendo grandes quantidades de dióxido de carbono e liberando oxigênio, é essencial para a regulação do clima global e para o equilíbrio ambiental em todo o mundo.

No entanto, apesar de sua vitalidade, a Amazônia enfrenta vários problemas, como desmatamento, degradação ambiental e perda de biodiversidade. A pesquisa científica é um componente importante para abordar esses problemas porque fornece dados essenciais para entender os processos ecológicos, monitorar as mudanças ambientais e criar estratégias de conservação eficazes.

Os números são surpreendentes, apenas 10% dos recursos federais destinados a pesquisa de biodiversidade são destinados à região Norte, que abriga 87% da Amazônia brasileira. Isso significa que uma área com grande importância ecológica e mundial recebe poucos recursos para entender e preservar sua biodiversidade distinta. Por outro lado, regiões como o Sudeste recebem um financiamento significativamente maior por quilômetro quadrado, apesar de sua biodiversidade muito menor.

Essa disparidade no financiamento da pesquisa tem impactos significativos. Ela dificulta que os cientistas realizem estudos abrangentes sobre a biodiversidade amazônica, compreendam os efeitos das mudanças ambientais e criem estratégias de conservação eficazes. Além disso, dificulta o acesso à infraestrutura e recursos necessários para realizar pesquisas de campo em regiões remotas do Amazônia.

O estudo mostrou que os recursos estavam mais concentrados nas capitais do Norte, como Belém e Manaus, do que no interior dos estados amazônicos. As instituições de pesquisa nessas áreas se tornam menos capazes de competir por recursos, o que reduz a capacidade de desenvolver pesquisas e atrair jovens cientistas talentosos. Como resultado, muitas áreas do Amazônia ainda não foram suficientemente estudadas cientificamente, o que deixa grandes lacunas em nosso entendimento da biodiversidade e dos processos ecológicos que ocorrem nessas áreas.

Necessidade de compreender a biodiversidade da Amazônia

Diante dessa situação preocupante, os pesquisadores apresentaram várias soluções para corrigir essa disparidade e aumentar o financiamento do pesquisa em biodiversidade na Amazônia. Uma das sugestões é a criação de um fundo específico destinado a fornecer recursos adicionais à região. Isso leva em consideração as necessidades da região e seu impacto global. Projetos de pesquisa, apoio à infraestrutura de laboratório e campo e bolsas de estudo para jovens cientistas podem ser financiados com esse fundo.

Também é essencial investir em melhorias na infraestrutura das universidades e centros de pesquisa no interior dos estados amazônicos, para melhorar as condições de trabalho e incentivar a formação de jovens pesquisadores.

Aumentar a cooperação e o intercâmbio entre as instituições de pesquisa da Amazônia e de outras regiões do Brasil e do globo é outra medida importante. Isso pode ser alcançado por meio de programas de intercâmbio de cientistas, parcerias colaborativas e compartilhamento de recursos e conhecimentos. Os cientistas podem maximizar o impacto de suas pesquisas e promover uma abordagem mais integrada e abrangente para o estudo e conservação da biodiversidade amazônica ao trabalhar em conjunto.

Por fim, é fundamental entender a importância estratégica da Amazônia para o Brasil e para o mundo e fazer investimentos adequados na pesquisa e preservação desse ecossistema essencial. A falta de financiamento para pesquisas de biodiversidade na região prejudica os esforços de conservação e representa uma perda irreparável para a humanidade e a ciência como um todo. Para garantir que a Amazônia seja estudada, compreendida e preservada para as gerações futuras, é imperativo tomar medidas imediatas.

Crescimento da demanda de investimentos verdes no Brasil

No Brasil os investidores perceberam a alta rentabilidade dos investimentos verdes, e apesar dos poucos investimentos públicos para a compreensão da biodiversidade amazônica.

Nesse sentindo, hoje, nota-se o aumento do nível de fluxos financeiros de diferentes setores em direção ao desenvolvimento sustentável. 

O Projeto Mejúrua é um exemplo de finanças verdes.

Ao mesmo tempo que será preservado parte do território Amazônico, pretende-se conciliar o desenvolvimento sustentável com o econômico.

O projeto da BR ARBO, criado pelo empresário Gaetano Buglisi, irá gerar emprego para as comunidades locais e vender créditos de descarbonização.

Essa preocupação com a sustentabilidade indica que cada vez mais o mercado está buscando lucrar com atividades mais sustentáveis. Espera-se que as finanças verdes cresçam ainda mais nos próximos anos.

Por Ana Carolina Ávila

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