Banco Mundial e IPAM criam projeções para desmatamento na Amazônia

Atualmente, sabe-se que a preservação da Amazônia é fundamental para manutenção climática do mundo. Dessa forma, o Banco Mundial com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) desenvolveram um painel que permite localizar as áreas com maior probabilidade de desmatamento, conhecidas como “florestas em risco”. A implementação de estratégias de policiamento e a criação de incentivos fiscais e legais para a conservação da floresta tropical podem ser mais assertivas com essa ferramenta.

Além de armazenar dióxido de carbono na atmosfera, a floresta serve como um foco de biodiversidade e regula a temperatura local. Independentemente do localização geográfica, esses benefícios são significativos em todo o mundo. A Amazônia é um bem público valioso que transcende as fronteiras dos países amazônicos e por isso precisa ser preservada. No entanto, para salvar a Amazônia, é necessário trabalhar em conjunto com outros países e ter uma compreensão precisa da extensão do desmatamento que está ocorrendo.

Por exemplo, é necessário levar em consideração as diferentes circunstâncias presentes em cada localidade, independentemente de se trate de terra privada, pública ou de propriedade indígena. Ademais, é essencial entender o impacto dos preços da carne bovina ou do madeira em todo o mundo, pois esses preços muitas vezes são um fator importante na causa do desmatamento.

A recente publicação “Cenários Espaço-Temporais para o Desmatamento na Amazônia Legal do Brasil” foi desenvolvida em parceria com o Banco Mundial e o IPAM para identificar as conexões entre a dinâmica local do desmatamento e os ciclos macroeconômicos. O modelo estima as áreas mais vulneráveis do mapa e projeta as taxas de desmatamento para um futuro próximo. O conhecimento prévio da floresta em risco nos ajudará a conceber e realizar medidas de proteção mais eficazes.

Situações que ocorrem desmatamento na Amazônia

Embora seja difícil fazer uma previsão precisa do desmatamento no futuro, pode-se examinar vários cenários para entender como isso pode acontecer. Por meio de três cenários:

  • Cenário business-as-usual (BAU)
  • Cenário de referência histórica (HRL)
  • Cenário de governança ambiental (GOV)

O cenário business-as-usual (BAU) reconhece que o desmatamento é afetado por fatores macroeconômicos, ações políticas e variáveis regionais. Um estudo anterior analisou as pressões de desmatamento na Amazônia Legal do Brasil por meio dos preços globais das commodities e do taxa de câmbio efetiva real.

Com base nessa relação empírica, foi criado uma referência de desmatamento para estimar a quantidade de desmatamento que aconteceria si não houvesse intervenções políticas. A avaliação do eficácia das políticas depende dessa referência. Para um título relacionado à sustentabilidade, a Amazônia precisa de uma referência confiável ao desmatamento.

O cenário da BAU projetava 9.619 km² de desmatamento para 2022, mas os dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES) mostraram uma perda real de 12.695 km², 32% acima do previsto. Essa discrepância pode indicar que, até 2022, as regras ambientais foram menos rigorosas. Internacionalmente e nacionalmente, críticas indicam que a governança ambiental enfraqueceu sob a governo anterior.

O cenário de referência histórica (HRL), que é semelhante a uma linha de base de REDD+, projeta as taxas de desmatamento anteriores para o futuro. Em comparação com a linha de base do BAU, observa-se um aumento de 35% até 2025 se o desmatamento continuar na taxa atual do HRL. Isso indica que, combinado com os esforços de recuperação, as condições macroeconômicas podem favorecer uma maior redução nas taxas de desmatamento.

O cenário de governança ambiental (GOV) simula uma maior proteção das áreas florestais por meio da credibilidade e examina os efeitos de possíveis mudanças políticas nas taxas de desmatamento.

Predições de localidades onde ocorrem desmatamento

Para implementar políticas de conservação e se preparar para possíveis fugas em áreas vulneráveis, é fundamental identificar pontos de desmatamento importantes. Fatores locais tornam-se cruciais ao examinar o desmatamento em um nível mais detalhado.

Por exemplo, o apelo ao desflorestamento é afetado por fatores como a aptidão da terra para a agricultura e o acesso ao mercado para os agricultores na Amazônia. Condições biofísicas como declive, altitude e densidade de carbono do solo também afetam a facilidade com que os agricultores aumentam a produção ou transportam produtos para venda. Para simular o desmatamento em escala local usando um modelo espacial, o modelo incorpora esses elementos. O modelo alcançou uma precisão de 90% em uma grade de 20 km x 20 km para 2022, comparando o que foi simulado e o observado.

Onde é possível encontrar o painel?

O painel online chamado “Painel Floresta em Risco” será compartilhado com o público com as projeções espaciais para 2022-2025 em três cenários diferentes. Ele permite que os usuários observem as diferenças entre os anos e observem como os cenários de risco de desmatamento interagem com áreas de conservação e territórios indígenas.

Assim, é possível se informar sobre planejamento e a implementação de estratégias de conservação ao disponibilizar dados complexos sobre as pressões de desmatamento futuras e fornecer uma representação visual.

Saiba mais: Painel Floresta em Risco

Crescimento da demanda de investimentos verdes no Brasil

No Brasil os investidores notaram a alta rentabilidade dos investimentos verdes. 

Ela pode ser compreendida como o aumento do nível de fluxos financeiros de diferentes setores em direção ao desenvolvimento sustentável. 

O Projeto Mejúrua é um exemplo de finanças verdes.

Ao mesmo tempo que será preservado parte do território Amazônico, pretende-se conciliar o desenvolvimento sustentável com o econômico.

O projeto da BR ARBO, criado pelo empresário Gaetano Buglisi, irá gerar emprego para as comunidades locais e vender créditos de descarbonização.

Essa preocupação com a sustentabilidade indica que cada vez mais o mercado está buscando lucrar com atividades mais sustentáveis. Espera-se que as finanças verdes cresçam ainda mais nos próximos anos.

Por Ana Carolina Ávila

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