Com os inúmeros desafios climáticos enfrentados pela Amazônia, a The Nature Conservancy e a Aliança pela Restauração da Amazônia realizaram o estudo Bioeconomia da Restauração na Amazônia, que analisou 61 empreendimentos sustentáveis, identificando quatro modelos capazes de restaurar as áreas devastadas.
Sistemas Agroflorestais
A Amazônia enfrenta um cenário alarmante, marcado por mais de 120 mil focos de incêndio registrados em 2024 e mais de 70 milhões de hectares desmatados nas últimas cinco décadas.
Nesse contexto, a The Nature Conservancy e a Aliança pela Restauração da Amazônia, em busca de soluções, realizaram o estudo Bioeconomia da Restauração na Amazônia, que analisou 61 empreendimentos sustentáveis.
A análise apontou quatro modelos de negócios com potencial significativo para restaurar áreas degradadas e fomentar uma bioeconomia robusta da nação brasileira.
Esses sistemas combinam o cultivo de espécies nativas com a restauração produtiva de áreas degradadas. Com isso, além de promover o desenvolvimento econômico, aumentam a biodiversidade e geram empregos nas etapas de plantio, colheita e comercialização.

Em consoante, as estruturas permitem a exploração de mercados inovadores, como a venda de créditos de carbono e blended finance. Iniciativas de destaque incluem a Belterra Agroflorestas, o Café Apuí Agroflorestal e a Coopercau.
Com foco no reflorestamento de ecossistemas degradados, essas iniciativas corroboram com comunidades locais e povos indígenas, gerando renda e insumos para a restauração florestal ao gerarem mais empregos para a coleta de sementes.
Entre as organizações líderes do projeto estão a Rede de Sementes do Xingu (ARSX) e a Rede de Sementes da Bioeconomia Amazônica (RESEBA).
Esses modelos, já que são baseados no extrativismo sustentável, promovem a diversificação econômica, ampliando sua escala na região, e a valorização de comunidades tradicionais, além de contribuir para o meio ambiente. Cooperativas como a Amazonbai, a Cooperacre e a Cofruta exemplificam como é possível aliar a preservação da biodiversidade à geração de renda.
Relação com os Créditos de Carbono
Este modelo destaca-se pelo potencial financeiro.
A venda de créditos de carbono, aliada a outras iniciativas como créditos de biodiversidade, já permitiu a restauração de mais de 10 mil hectares de pastagens degradadas, com previsão de captura de 5,5 milhões de toneladas de CO2 em 30 anos.
Com mais de 350 pessoas envolvidas diretamente, o setor pode gerar até dois mil empregos nos próximos quatro anos.
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Conclusão
Esses modelos de negócios exemplificam como é possível unir a proteção ambiental com o desenvolvimento econômico, impulsionando práticas sustentáveis que gerem impacto social positivo, especialmente em uma região tão importante quanto a Amazônia.
O estudo também reforça que iniciativas como essas são cruciais para o cumprimento de metas globais de descarbonização e preservação da biodiversidade.
Assim, ao fomentar a bioeconomia, o país fortalece sua posição como líder mundial em finanças verdes, ao mesmo tempo em que oferece oportunidades de desenvolvimento local.
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