Nadia Fattah, ministra das Finanças de Marrocos, destacou a necessidade de acesso ao financiamento climático para garantir que os países africanos alcançem suas metas climáticas e caminhem para a uma economia de baixo carbono.
A ministra das Finanças de Marrocos, Nadia Fattah, fez este apelo público durante a abertura da 5ª edição do Fórum de Investimento em África (FIA), um evento que reuniu líderes financeiros e políticos, sobre a urgência de acessibilidade aos recursos monetários para immpulsionar o desenvolvimento do continente.
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O Desafio do Financiamento Sustentável na África
Fattah enfatizou que o crescimento sustentável da África depende da capacidade dos países africanos de acessarem os recursos financeiros necessários, tanto públicos como privados, para cumprir tanto os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU quanto os objetivos estabelecidos na Agenda 2063 da União Africana.
No entanto, a ministra destacou que, apesar dos esforços contínuos de bancos multilaterais de desenvolvimento (BMDs), ainda há uma grande lacuna de financiamento que precisa ser superada, além de enfatizar que é fundamental atrair capital provado para financiar suas metas sem aumentar sua dívida externa pública.
O Papel dos Países de Renda Média
A ministra também sublinhou a importância de focar as necessidades de financiamento dos países africanos de renda média, que têm o potencial de se tornar os principais motores do crescimento .
Sendo assim, os países como Marrocos, África do Sul e Nigéria, desempenham um papel crucial na promoção de uma integração econômica regional mais consistente e no fortalecimento das economias locais, tornando-os pontos estratégicos da África.
Oportunidades de Investimento no Continente Africano
Durante o encontro, o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Akinwumi Adesina, também destacou as enormes oportunidades de investimento no continente africano.
Como apresenta uma projeção de dobrar sua população até 2050, o continente terá uma demanda crescente por bens e serviços em diversas áreas, incluindo infraestrutura, moradia e alimentos.
Com isso, a necessidade de infraestrutura apresenta um potencial de investimento de US$ 170 bilhões por ano, com destaque para áreas como energia, transporte, infraestrutura digital, água e saneamento.
Ademais, o mercado alimentício e de agricultura deve crescer para US$ 1 trilhão até 2030, apresentando uma oportunidade para investidores no setor agroalimentar.
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O papel do Capital Privado
Com carência de recursos públicos e altas dívidas externas, é fundamental que o setor privado se envolva no financiamento de projetos de infraestrutura e desenvolvimento.
Nadia Fattah destacou que um dos maiores desafios é criar uma atmosfera de comércio favorável que permita a transação de investimentos verdes em grande escala. Isso envolve não apenas criar políticas incentivadoras, mas também melhorar as condições de governança e garantir a transparência no uso dos recursos.
Para isso, a ministra propôs que os países africanos busquem novas formas de financiamento, como os Títulos Verdes e Investimentos de Impacto Social, que são mais alinhados aos ODS e mais rentáveis, podendo atrair mais investidores globais.
Conclusão
A 5ª edição do Fórum de Investimento em África (FIA) revelou não apenas os enormes desafios enfrentados pelo continente, mas também as enormes oportunidades de crescimento que podem ser aproveitadas com os investimentos certos.
O apelo de Marrocos por mais financiamento sustentável deixou claro que é essencial garantir um fluxo de recursos que permita à África construir um futuro sustentável e inclusivo.
Relação com o Projeto Mejuruá
Iniciativas como o Projeto Mejuruá da BR ARBO também apontam o potencial da conservação florestal amazônica para atingirem as metas sustentáveis, sendo considerado um projeto de viés ambiental.
Projetos como o Mejuruá contribuem para o mercado de carbono global ao preservar ecossistemas, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a economia local, alinhando-se com a perspectiva de transição para uma economia mais sustentável.
Ana Carolina Turessi