Incêndios florestais na Amazônia impactam não apenas a biodiversidade do bioma, mas também sua capacidade de estoque de carbono, aumentando a consequência das mudanças climáticas e impactando o desenvolvimento econômico da região.

O impacto dos incêndios florestais na Amazônia é um dos maiores desafios ambientais enfrentados pelo Brasil e, com sua crescente recorrência, está se transformando em uma alarmante preocupação.
O Instituto Serrapilheira realizou uma pesquisa que apontou que a região está passando por um processo de empobrecimento da biodiversidade, com uma redução drástica no estoque de carbono das florestas afetadas pelos incêndios repetidos.
A análise constatou que o impacto do fogo foi alarmante em 14 áreas florestais situadas nas divisas dos estados do Amazonas, Pará e Mato Grosso e, mesmo nas áreas que haviam sido queimadas pela primeira vez, houve uma diminuição de quase 50% no acervo de carbono.
Nas áreas que sofreram queimadas múltiplas, essa redução chegou a impressionantes 68%, transformando essas áreas em “florestas secundárias”, com vegetação simples e menor diversidade biológica.
“A Amazônia não está virando uma grande savana, ela está virando uma floresta secundária, mais pobre, com menos estoque de carbono”, afirma o pesquisador Fernando Elias.
Sendo assim, o desmatamento da floresta amazônica representa uma ameaça significativa à biodiversidade local e global, além de aumentar os efeitos das mudanças climáticas e desacelerar o processo de transição para uma economia de baixo carbono no Brasil.
A falta de proteção e fiscalização para essas áreas no Código Florestal, que permite desmatamentos em até 80% das áreas de Cerrado, contribui para o avanço rápido da degradação ambiental e a aceleração do processo de secundarização das florestas amazônicas.
A pesquisa também ressalta a importância de uma abordagem integrada entre conservação ambiental e desenvolvimento econômico, que priorize a proteção da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos, além de prevenir e combater as queimadas de forma eficaz.
Portanto, a proteção e restauração desse bioma são fundamentais para garantir a sobrevivência das espécies, a mitigação das mudanças climáticas e desenvolvimento econômico que beneficiem toda a conjuntura mundial.
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Relação com o Projeto Mejuruá
Iniciativas como o Projeto Mejuruá da BR ARBO também apontam o potencial da conservação florestal amazônica para atingirem as metas sustentáveis, sendo considerado um projeto de viés ambiental.
Projetos como o Mejuruá contribuem para o mercado de carbono global ao preservar ecossistemas, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a economia local, alinhando-se com a perspectiva de transição para uma economia mais sustentável.
Ana Carolina Turessi