Hidrogênio verde aparece como uma das soluções mais promissoras para a descarbonização da indústria global, gerando enormes expectativas por parte de projetos sustentáveis
O hidrogênio está presente em grande quantidade no planeta e é um elemento químico essencial à vida, presente em outros compostos como a água.
Sua principal vantagem é que, ao ser produzido e utilizado, não gera dióxido de carbono (CO2), o principal gás responsável por mudanças climáticas, diferente de outros tipos de combustíveis, como o metano, usado em abundância na atualidade.
Tal fator transforma o hidrogênio verde em uma intrigante alternativa para substituição de combustíveis fósseis em setores industriais, promovendo uma transição para utilização de fontes limpas e sustentáveis.

O tema do hidrogênio verde foi destaque no painel promovido pela empresa de minérios brasileira, Vale, durante a COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão, nesta quarta-feira (13/11).
Além disso, a instituição anunciou a parceria com a Green Energy Park (GEP) para desenvolver um projeto de produção de hidrogênio verde no Brasil, visando um futuro Mega Hub, complexo industrial voltado para a produção de produtos siderúrgicos de baixo carbono, com foco na fabricação de aço verde.
Será o hidrogênio verde a nova fonte de energia?
Durante o painel, o CEO da Green Energy Park, Bart Biebyck, destacou que o mundo, que por décadas baseou sua economia nos combustíveis poluentes, está entrando na “era das moléculas”, com o hidrogênio verde possivelmente se tornando o “novo diesel”.
Segundo Biebyck, o hidrogênio verde tem o potencial de substituir os combustíveis tradicionais especialmente em setores como a indústria pesada e a siderurgia.
Contudo, alertou que esse movimento só ocorrerá quando a tecnologia de produção de hidrogênio verde atingir um estágio de crescimento exponencial, o que depende de financiamento externo.
A normatização do Hidrogênio Verde
No Brasil, o projeto de lei que estabelece a legalidade para o hidrogênio verde foi aprovado pelo Congresso Nacional em julho deste ano(2024).
A proposta inclui até R$ 18 bilhões em incentivos fiscais e define um limite de 7 kg de CO2 para cada 1 kg de hidrogênio produzido, a fim de classificar o hidrogênio como verde.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou suas elevadas expectativas para a descarbonização do processo produtivo brasileiro, destacando o potencial do país em utilizar suas fontes de energia renovável para reduzir a liberação de carbono das indústrias.
No entanto, padrões internacionais unificados para classificar o hidrogênio como verde ainda precisão ser estipulados para que esse processo tecnológico se expanda definitivamente ao redor do mundo.
Portanto, o hidrogênio verde representa uma solução promissora para a transição energética e a redução das emissões de gases de efeito estufa, especialmente em setores industriais que têm dificuldade em descarbonizar seu processo produtivo.
Com o apoio de marcos legais e investimentos em infraestrutura, o Brasil tem chances de se tornar um líder global na produção e exportação de hidrogênio verde, dado seu potencial em energias renováveis, objetivando produção com baixo uso de carbono.
Relação com o Projeto Mejuruá
Iniciativas como o Projeto Mejuruá da BR ARBO também apontam o potencial da conservação florestal amazônica para a transição energética e sustentabilidade, sendo considerado um projeto de viés ambiental.
Projetos como o Mejuruá contribuem para o mercado de carbono global ao preservar ecossistemas, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a economia local, alinhando-se com a perspectiva de construiu um futuro melhor.
Ana Carolina Turessi