Grandes empresas como Amazon, Meta, Netflix, Mastercard e PepsiCo estão adotando uma nova abordagem nos mercados de carbono, que é o financiamento do fechamento antecipado de usinas a carvão em economias emergentes.

Essa iniciativa é parte da Kinetic Coalition, uma aliança com mais de 20 empresas que buscam impulsionar a transição energética global. Em vez de apoiar apenas o plantio de árvores ou compensações tecnológicas, essas corporações estão investindo em créditos de transição, que evitam emissões futuras e facilitam a implantação de energia limpa.
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Os créditos de transição funcionam como um incentivo financeiro para que operadores de usinas desliguem suas unidades antes do fim da vida útil. O valor desses créditos cobre os custos de encerramento, apoia os trabalhadores afetados e contribui para a implementação de novas soluções energéticas.
Um exemplo é o projeto-piloto nas Filipinas, que visa encerrar uma usina uma década antes do previsto, evitando até 19 milhões de toneladas de CO2
A Kinetic Coalition, liderada pelo Centro para Soluções Climáticas e Energéticas, já atua em projetos no Chile, República Dominicana e Filipinas, buscando combinar o encerramento do carvão com a modernização da infraestrutura elétrica.
A Amazon e demais membros comprometem capital antecipadamente, permitindo que governos e empresas planejem e implementem essas transições. Segundo estimativas, a coalizão pode mobilizar entre US$ 72 bilhões e US$ 207 bilhões até 2035.
Além de fortalecer a ação climática corporativa, esses créditos são validados por padrões reconhecidos como o da Verra e seguem diretrizes internacionais como ICVCM, CORSIA e Gold Standard.
Isso garante integridade ambiental, proteção social e transparência nos processos de certificação. O envolvimento de empresas como Schneider Electric, que pretende usar os créditos para seus próprios compromissos ou repassá-los a clientes, demonstra o potencial de aplicação versátil dessa nova ferramenta.
Por fim, a crescente demanda corporativa e os avanços tecnológicos como blockchain, IA e monitoramento via satélite tornam os créditos de transição uma alternativa promissora para acelerar a descarbonização em larga escala.
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Ao financiar o fim antecipado do carvão, essas empresas mostram que é possível ir além da compensação e investir diretamente na redução estrutural das emissões, beneficiando comunidades locais e a agenda climática global.
Projeto Mejuruá: Créditos de Carbono
O Projeto Mejuruá , é financiado pelo empresário Gaetano Buglisi, e prioriza a diminuição do desmatamento e a conservação da vegetação nativa. Ao preservar esses ambientes naturais, o projeto evita que o carbono armazenado nas árvores e no solo seja liberado na atmosfera, contribuindo para o combate às mudanças climáticas.
Essa iniciativa destaca a importância da conservação ambiental como uma estratégia essencial para reduzir os impactos da crise climática.