As florestas e os recursos de energia renovável da América Latina e do Caribe (ALC) são fundamentais para enfrentar a crise climática global.
A região reúne ativos naturais importantes, como grandes sumidouros de carbono, e tem o potencial de liderar uma nova arquitetura financeira voltada à sustentabilidade.
Com a COP30 marcada para novembro de 2025 em Belém, o Brasil e os demais países da ALC têm uma oportunidade única de assumir protagonismo global e transformar ativos ambientais em mecanismos concretos de financiamento climático.
Nesse contexto, propostas como o Tropical Forest Forever Facility (TFFF) podem representar um marco. Se for bem estruturado esse mecanismo permitirá que países com florestas tropicais troquem créditos de carbono soberanos por financiamento sustentável, promovendo conservação, agricultura resiliente e infraestrutura de energia limpa.
Saiba mais: Energia renovável inspira soluções para remoção de carbono
O país de Honduras já se destacou nesse cenário ao registrar 11,8 milhões de créditos de carbono junto à ONU e propor uma divisão estratégica desses recursos para ações climáticas e emissão de títulos verdes. Essa abordagem pode ser replicada por outros países da região, como Colômbia, Panamá, Suriname e República Dominicana.
Para isso, é essencial ampliar a cooperação Sul-Sul, multilateral e com parceiros como União Europeia, Japão, China e Canadá, além de reconhecer o valor real dos serviços ambientais prestados pela região.
Com um preço justo de US$ 28 por tonelada de carbono removida, o Sul Global poderia receber até US$ 350 bilhões, uma parte significativa da dívida climática histórica.
Sob a liderança do Brasil e com apoio de mecanismos financeiros inovadores, a ALC tem condições de deixar de ser apenas participante e se tornar protagonista na revolução do financiamento climático global.
Saiba mais: