agricuAo sofrer críticas relacionadas à preservação ambiental, degradação e emissões de gases poluentes, o mercado de produção agrícola começa a conciliar práticas sustentáveis com rentabilidade econômica.

Apesar de ser o setor que fomenta a economia brasileira contribuindo com mais de 25% do Produto Interno Bruto (PIB), a produção agrícola e o setor de agronegócio enfrentam críticas relacionadas ao desmatamento, degradação ambiental e altíssimas emissões de gases do efeito estufa. Contudo, práticas sustentáveis e adequações regulatórias têm mostrado que é possível conciliar produtividade agrícola com preservação ambiental.
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A nação brasileira possui um marco legal rígido voltado à proteção ambiental e ao uso sustentável de recursos naturais. A Lei nº 12.651/2012, o Novo Código Florestal, é um exemplo disso, o qual exige áreas de preservação permanente (APPs) e reservas legais em propriedades rurais.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, mais de 586 milhões de hectares já foram cadastrados no Cadastro Ambiental Rural (CAR), órgão que monitora as áreas agrícolas, demonstrando o compromisso para alinhar a produção agrícola às normas ambientais.
Essa conformidade legal não apenas evita penalidades, mas também abre portas para mercados internacionais de investimentos verdes que valorizam práticas sustentáveis.
Técnicas como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), o plantio direto na palha e o uso de bioinsumos têm ganhado destaque como alternativas sustentáveis, ajudando a recuperar pastagens degradadas e a reduzir emissões de gases de efeito estufa, conforme a Embrapa.
Já em relação ao uso de bioinsumos, pode-se afirmas que estes diminuem a dependência de fertilizantes químicos, promovendo um manejo sustentável do solo.
Essas práticas, além de sustentáveis, são economicamente rentáveis, pois reduzem custos de produção e aumentam a produtividade no longo prazo.
Contudo, o setor agropecuário ainda enfrenta problemáticas graves, como o desmatamento ilegal e o manejo inadequado do solo. Sendo assim, a transição para um modelo sustentável é essencial não apenas por razões éticas, mas também por exigências do mercado global.
Por outro lado, o mercado de produtos orgânicos tem crescido exponencialmente no Brasil, com um aumento anual de 20% segundo o Ministério da Agricultura. Essa tendência mostra o caminho para produtores que buscam aliar sustentabilidade e rentabilidade.
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Ao adotar práticas responsáveis e alinhadas com a legislação, o setor do agronegócio brasileiro pode se posicionar como um modelo global de equilíbrio entre produção agrícola e preservação ambiental, mostrando que é possível produzir em larga escala respeitando o meio ambiente, garantindo a competitividade do Brasil no mercado global.
Relação com o Projeto Mejuruá
Iniciativas como o Projeto Mejuruá da BR ARBO também apontam o potencial da conservação florestal amazônica para atingirem as metas sustentáveis, sendo considerado um projeto de viés ambiental.
Projetos como o Mejuruá contribuem para o mercado de carbono global ao preservar ecossistemas, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a economia local, alinhando-se com a perspectiva de transição para uma economia mais sustentável.
Ana Carolina Turessi