A União Europeia pretende criar regras para um novo tipo de crédito, chamado de “crédito natural”, que pagaria agricultores e donos de florestas para cuidarem melhor da natureza.

A ideia é tornar a proteção dos ecossistemas algo que também seja economicamente viável, sem depender tanto do dinheiro público, que já está comprometido com outras prioridades como segurança e defesa.
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Hoje, a UE já oferece muitos subsídios aos agricultores, mas calcula que faltam 37 bilhões de euros por ano para financiar a preservação da biodiversidade.
Por isso a Comissão Europeia quer encontrar novas formas de levantar esses recursos. Uma das soluções será a criação de um grupo de especialistas com governos, cientistas, agricultores e comunidades locais para desenvolver as regras e um projeto piloto até 2027.
Esses créditos naturais funcionariam de forma parecida com os créditos de carbono. Agricultores e gestores de terra poderiam receber por ações como plantar árvores, restaurar áreas degradadas ou adotar agricultura mais sustentável.
Empresas ou governos poderiam então comprar esses créditos como forma de compensar impactos ambientais ou apoiar boas práticas.
A ideia segue o modelo dos créditos de carbono, mas busca aprender com os erros desse mercado, que passou por críticas após casos de projetos que não entregaram os resultados prometidos.
Na semana passada, a UE anunciou uma nova meta climática para 2040, que inclui a possibilidade de usar créditos de carbono internacionais para atingir os objetivos.
Agora, com os créditos naturais, a Comissão quer explorar também maneiras de proteger ecossistemas locais, envolvendo quem vive da terra no combate à crise ambiental.
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Mercado de Carbono na Amazônia
O Projeto Mejuruá fica na região amazônica e mostra como é possível unir preservação ambiental e geração de créditos de carbono.
Esse projeto trabalha com comunidades locais para proteger florestas nativas, evitar o desmatamento e conservar a biodiversidade, gerando créditos de carbono verificados que podem ser vendidos no mercado.
Isso não só contribui para reduzir emissões de gases do efeito estufa, como também fortalece economias locais e promove justiça climática.