A COP29, sediada em Baku, Azerbaijão, trouxe vários apontamentos sobre as questões climáticas globais. Dentre os destaques então a insatisfação de países emergentes com o financiamento climático e a ascensão da China como potencial líder em finanças verdes.
As discussões sobre financiamento climático resultaram em um acordo para mobilizar US$ 300 bilhões anuais até 2035, bem abaixo dos US$ 1,3 trilhão necessários, segundo especialistas, para enfrentar os desafios climáticos nos países em desenvolvimento.
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Com isso em mente, nações emergentes ficaram insatisfeitas, já que estas apresentam riscos de endividamento externo por conta da falta de recursos monetários destinados à alcançar metas climáticas estipuladas.
Fadhel Kaboub, conselheiro sênior da Power Shift África, ressaltou que os países subdesenvolvidos podem adotar medidas mais rigorosas, como restringir o acesso a recursos minerais estratégicos, caso as nações historicamente poluidoras não assumam suas responsabilidades.
Protagonismo chinês em finanças verdes
Mobilizando cerca de US$ 24,5 bilhões em projetos climáticos para outras nações em desenvolvimento, a China emerge como líder de transição global em finanças verdes. Ademais, a diminuição da atuação dos Estados Unidos frente à iniciativas sustentáveis e críticas às contribuições europeias contribuíram para esta inversão do “pódio”.
Embora suas emissões de carbono sejam menores do que as de muitos países, a China sofre pressões para aumentar a transparência e escalar seus esforços climáticos.
Assim, Pequim sinalizou maior alinhamento com energia renovável e tecnologias verdes em seus investimentos internacionais, sendo uma resposta às críticas como a falta de sistemas robustos de rastreamento e o financiamento contínuo de combustíveis fósseis.
Este papel crescente da China no cenário climático reflete mudanças nas dinâmicas globais e nas expectativas sobre os maiores atores econômicos.
Regras de Mercado de Carbono: Avanços e Preocupações
Outro marco da COP29 foi a aprovação de regras para mercados bilaterais de carbono e um mecanismo de compensações vigiados pela ONU, conforme o artigo 6 do Acordo de Paris.
Embora elogiado como um passo importante, o Centro de Direito Ambiental Internacional (CIEL) expressou preocupações sobre a rapidez na aprovação das regras, alertando para possíveis fragilidades no sistema.
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Conclusão
A COP29 deixou claro que a transição climática enfrenta problemáticas, com divisões estruturais entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento.
Contudo, a ascensão chinesa como líder em questões ambientais gera esperança de compromisso coletivo e financiamento climático necessário para alcançar objetivos climáticos.