A União Europeia apresentou em 2 de julho uma nova proposta que permitirá aos países-membros utilizar créditos de carbono gerados na África para alcançar suas próprias metas de redução de emissões até 2040.

Segundo o Comissário Europeu para o Clima, Wopke Hoekstra, a iniciativa reconhece que o planeta não se importa com a origem das emissões, e a partir de 2036, os países da UE poderão comprar esses créditos de projetos estrangeiros que poderão representar até 3% das emissões totais de cada país.
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Essa medida tem apoio de países como Alemanha, Itália e Holanda, que mostram que o plano de emissões líquidas da UE pode prejudicar a competitividade industrial do bloco.
Para eles, usar créditos internacionais seria uma forma mais flexível e econômica de atingir os compromissos climáticos sem sufocar suas economias.
Nos últimos anos esses créditos de carbono tornaram-se uma das principais estratégias da UE para incentivar países em desenvolvimento, especialmente na África e no Sudeste Asiático, a adotar práticas mais sustentáveis.
Segundo Hoekstra esses países demonstram grande interesse em atrair financiamento europeu para iniciativas como florestamento e restauração florestal.
De acordo com uma proposta da ONU, os créditos permitem que um país financie projetos de redução de emissões em outro e abata esse resultado de seu próprio inventário de CO2.
A consultoria McKinsey estima que o mercado de créditos voluntários de carbono pode ultrapassar os US$ 50 bilhões até 2030. Países africanos como Quênia e Tanzânia já começaram a assinar diversos acordos de compensação de carbono.
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Projeto Mejuruá: Créditos de Carbono
O Projeto Mejuruá fica localizado na Amazônia brasileira, e busca proteger a floresta enquanto gera crédito de carbono. Esse projeto é financiado pelo empresário Gaetano Buglisi, mostrando como é possível alinhar a proteção ambiental com benefícios econômicos e sociais, com a neutralidade de carbono no planeta, promovendo a economia verde.