Brasil projeta metas ousadas sobre sustentabilidade no agronegócio durante a COP29, realizada em Baku, Azerbaijão, na semana de 12 a 22 de novembro, entrelaçando a produção agrícola, muito presente no país, com a preservação ambiental.
Assim, o país busca a posição de liderança nas discussões globais climáticas para se preparar para sediar a COP30 em Belém, Pará, em 2025.
A Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) atualizada pelo Brasil destaca o papel protagonista do agronegócio em seu compromisso climático. Entre os principais focos estão:
• Recuperação de pastagens degradadas: Uma estratégia para transformar áreas improdutivas em terras férteis, reduzindo a necessidade de novos desmatamentos.
• Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF):Tecnologias inovadoras para aumentar a produtividade em áreas já abertas, promovendo eficiência agrícola com menor impacto ambiental.
O Plano ABC+ (Agricultura de Baixo Carbono) é o ponto primordial desta meta, combinando práticas sustentáveis com aumento da competitividade do setor agropecuário.
A nova NDC reforça o compromisso brasileiro de eliminar o desmatamento ilegal, mas permite a expansão agrícola dentro dos limites do Código Florestal, desde que as emissões sejam compensadas por compra de créditos de carbono.
Essa política, entretanto, enfrenta críticas, especialmente diante da Lei Anti desmatamento da União Europeia (EUDR), que não diferencia entre áreas desmatadas legal ou ilegalmente.
Outro pilar da estratégia brasileira é o mercado de carbono, com destaque para a transferência internacional de unidades de mitigação (ITMOs). A medida permite à nação negociar créditos de carbono internacionalmente, aumentando o financiamento para ações climáticas.
O vice-presidente Geraldo Alckmin, líder da delegação brasileira, afirmou a significativa importância do Brasil no debate climático. “Nossa missão é mostrar ao mundo que o agronegócio brasileiro pode crescer de forma sustentável, garantindo segurança alimentar e preservação ambiental”.
O sucesso deste projeto dependerá da capacidade de implementar suas metas climáticas e de estabelecer parcerias internacionais que viabilizem a transição para um agronegócio mais verde e competitivo.
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Relação com o Projeto Mejuruá
Iniciativas como o Projeto Mejuruá da BR ARBO também apontam o potencial da conservação florestal amazônica para atingirem as metas sustentáveis, sendo considerado um projeto de viés ambiental.
Projetos como o Mejuruá contribuem para o mercado de carbono global ao preservar ecossistemas, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a economia local, alinhando-se com a perspectiva de transição para uma economia mais sustentável.
Ana Carolina Turessi