O Brasil, país anfitrião da COP30, alertou que os países não devem depender demais da compra de créditos de carbono para atingir suas metas climáticas.

A declaração foi feita por Ana Toni, diretora executiva da cúpula, diante do debate na União Europeia sobre a possibilidade de incluir créditos internacionais em sua nova meta climática para 2040.
A Comissão Europeia deve propor no dia 2 de julho uma meta de redução de emissões até 2040. No entanto, alguns governos europeus resistem à meta mais ambiciosa. Como alternativa, Bruxelas considera permitir o uso de créditos de carbono internacionais, como aqueles gerados por projetos de reflorestamento em países como o Brasil e a Guiana, para compensar parte da meta.
Segundo Ana Toni, o Brasil não é contra o uso de créditos de carbono, mas defende que eles não devem substituir mudanças reais nas economias nacionais.
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“Se for realmente uma grande quantidade de créditos, você não está mudando sua própria economia”, afirmou. Para ela, o uso deve ser complementar, e os créditos precisam garantir benefícios ambientais reais e verificáveis.
Como país anfitrião o Brasil terá um papel central nas negociações da COP30, marcada para novembro em Belém. Embora sua posição não tenha força legal sobre os outros países, o Brasil atua como mediador nas conversas e tem influência na definição das ambições globais.
O Brasil terá um papel central nas negociações da COP30 que está marcada para novembro em Belém. Embora sua posição não tenha força legal sobre os outros países, o Brasil atua como mediador nas conversas e tem influência na definição das ambições globais.
A União Europeia ainda discute internamente o peso dos créditos em sua meta para 2040. A Alemanha propôs que eles representem 3% da redução total, enquanto países como a França defendem uma fatia maior. As decisões finais devem ser anunciadas na próxima semana, junto com as metas para 2035
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Projeto Mejuruá:
O Projeto Mejuruá, que fica na Amazonas, tem como objetivo proteger a floresta amazônica e ajudar as comunidades tradicionais que vivem ali. Para isso o projeto trabalha para evitar o desmatamento e manter a vegetação nativa, impedindo que o carbono armazenado nas árvores e no solo seja liberado na atmosfera.