Títulos sustentáveis ganham força no mercado como ferramentas financeiras por proporcionarem não só retorno monetário, mas também impactos ambientais e sociais positivos.
No Brasil, a introdução dos Títulos Soberanos Sustentáveis (TSS), em 2023, representou um marco rumo à consolidação de iniciativas verdes.
Contudo, analistas apontam desafios em sua implementação, apontando a necessidade de maior monitoramento e transparência para garantir que os benefícios pretendidos sejam efetivamente alcançados.
A primeira emissão desses títulos computou 2 bilhões de dólares, refletindo o interesse de investidores internacionais.

Porém, uma análise preliminar sugere que os recursos captados não estão sendo direcionados para enfrentar os maiores desafios climáticos do Brasil, como o desmatamento e as emissões de gases de efeito estufa (GEEs), cuja origem predominante é o uso da terra e a agropecuária, embora os títulos sustentáveis sigam os Princípios de Títulos Verdes (PTV), desenvolvidos pela Associação Internacional de Mercado de Capitais.
Governança e Monitoramento
O Comitê de Finanças Sustentáveis Soberanas (CFSS), formado por dez ministérios, é o órgão responsável pela identificação e avaliação de projetos financiáveis.
Contudo, a falta de apresentação estratégica da Secretaria de Planejamento no comitê levanta dúvidas e críticas sobre a capacidade de alinhar os gastos aos objetivos e metas estipuladas para os TSS.
Sem critérios claros e mecanismos robustos de avaliação, o risco de desconexão entre os rótulos sustentáveis e sua eficácia aumenta.
Embora a nação tenha adotado regulamentos mínimos, a criação de um Relatório de Alocação e Impacto, previsto para breve, será crucial para medir a efetividade dos investimentos, apresentando evidências concretas dos benefícios sociais e ambientais gerados.
Portanto, apesar de que os títulos sustentáveis apresentam potencial para promover mudanças significativas na economia brasileira, sem medidas regulatórias, os TSS correm o risco de não atingirem seus objetivos.
Por outro lado, com gestão responsável e monitoramento rigoroso, podem transformar-se em um marco para o financiamento sustentável global e transição para uma economia verde.
Relação com o Projeto Mejuruá
Iniciativas como o Projeto Mejuruá da BR ARBO também apontam o potencial da conservação florestal amazônica para atingirem as metas sustentáveis, sendo considerado um projeto de viés ambiental.
Projetos como o Mejuruá contribuem para o mercado de carbono global ao preservar ecossistemas, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a economia local, alinhando-se com a perspectiva de construir um futuro melhor com energias renováveis.
Ana Carolina Turessi