A Austrália pode dar um passo importante na luta contra as mudanças climáticas com reformas em seus mecanismos de créditos de carbono.

O governo anunciou mudanças no programa ACCU que recompensa projetos que reduzem emissões, especialmente em minas de carvão.
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Além disso, os estados de Nova Gales do Sul e Queensland estão investindo juntos cerca de A$ 825 milhões em tecnologias para cortar emissões de metano, um dos gases que mais contribuem para o aquecimento global.
Uma das principais ferramentas para isso é o Mecanismo de Salvaguarda, que obriga grandes indústrias a limitarem suas emissões anuais.
Quando as metas não são atingidas, elas precisam comprar créditos de carbono. O problema é que muitas minas de carvão, especialmente as a céu aberto, têm recebido metas fáceis de cumprir e acabam compensando suas emissões, em vez de reduzi-las diretamente. Isso representa uma chance desperdiçada de cortar metano de forma mais eficaz e barata.
Os relatórios sobre as emissões também precisam melhorar. As regras atuais permitem que minas a céu aberto usem métodos de medição imprecisos, o que pode levar a subnotificações.
Estudos mostram que as emissões reais dessas minas podem ser até três vezes maiores do que o que é reportado. Enquanto isso, as minas subterrâneas enfrentam exigências mais rigorosas, mesmo sendo responsáveis pela maior parte das emissões. Isso cria um desequilíbrio no sistema.
Para resolver essas falhas, o governo deve reformular o método CMWG no programa ACCU, ampliando sua aplicação e incentivando o uso de tecnologias como a oxidação do metano de ventilação, capaz de reduzir emissões em até 70%.
Projetos recentes mostram que é possível gerar energia com esse gás e ainda cortar emissões de forma econômica. Com o apoio financeiro certo, as empresas podem investir nessas soluções.
Mas há um desafio estratégico Austrália continua autorizando novas minas de carvão, mesmo com a queda na demanda global e a previsão de queda nas exportações.
Para não comprometer as metas de clima, o país precisa repensar esse crescimento. Com ajustes nas regras do SGM, melhorias nos relatórios de emissões e incentivos certos no ACCU, a Austrália pode se tornar referência na redução de metano e descarbonização do setor de carvão.
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Projeto Mejuruá: Mercado de Carbono
O Projeto Mejuruá fica na região amazônica, e mostra que é possível unir preservação ambiental e geração de créditos de carbono.
O projeto trabalha com comunidades locais para proteger florestas nativas, evitar o desmatamento e conservar a biodiversidade, gerando créditos de carbono verificados que podem ser vendidos no mercado.
Essa abordagem não só contribui para reduzir emissões de gases do efeito estufa, como também fortalece economias locais e promove justiça climática. Projetos como esse reforçam que soluções sustentáveis também passam por incluir populações tradicionais e respeitar os ecossistemas.