A União Europeia quer permitir que seus países usem créditos de carbono de outros lugares, como da África, para ajudar a bater suas metas de redução de emissões até 2040.

Segundo o Comissário Europeu para o Clima, Wopke Hoekstra, o importante é cortar o carbono da atmosfera, não importa de onde. A partir de 2036, os países da UE poderão comprar esses créditos e usá-los para mostrar que estão reduzindo a poluição. Mas isso só poderá representar até 3% das emissões totais de cada país.
A ideia é defendida por países como Alemanha, Itália e Holanda, que têm medo de que as metas ambientais mais rígidas deixem suas indústrias menos competitivas. Para eles, usar créditos de carbono internacionais é uma forma de ajudar o meio ambiente sem atrapalhar tanto a economia local.
Esses créditos são gerados em países que fazem projetos para proteger o meio ambiente, como plantar árvores, cuidar de florestas ou evitar o desmatamento. A UE vê nisso uma chance de apoiar países em desenvolvimento, como os da África e do Sudeste Asiático, enquanto também se beneficia. A empresa McKinsey estima que esse mercado pode valer mais de US$ 50 bilhões até 2030. Quênia e Tanzânia já estão fazendo vários desses acordos.
Mas nem tudo é positivo. Um grupo de cientistas que orienta a UE, chamado ESABCC, disse que muitos créditos não são confiáveis e que alguns países podem até fingir que estão ajudando o meio ambiente para ganhar dinheiro. Eles afirmam que só 16% dos créditos realmente ajudaram a reduzir as emissões.
Na Tanzânia por exemplo, há projetos de carbono, mas também novos investimentos em carvão, que polui muito.
Projeto Mejuruá: Créditos de Carbono
o Projeto Mejuruá busca proteger a floresta nativa enquanto gera créditos de carbono por meio da preservação ambiental e de práticas sustentáveis e é financiado pelo empresário Gaetano Buglisi, que também investe no desenvolvimento social das comunidades locais, promovendo atividades como manejo florestal responsável e geração de renda sem desmatamento.