O Vietnã tem despertado o interesse de empresas internacionais no mercado de créditos de carbono florestal, entre elas a Amazon e a gigante energética italiana Eni, segundo o Ministério da Agricultura e Meio Ambiente do país.

A informação foi divulgada em meio à consulta pública de um novo decreto que regulamenta os serviços de sequestro e armazenamento de carbono florestal. A Coalizão LEAF, voltada à aceleração do financiamento climático, também foi citada como possível compradora.
Saiba mais:Queda no Valor de Mercado nos Créditos de Carbono
O projeto de decreto propõe uma mudança importante na legislação, permitindo que organizações e indivíduos estrangeiros adquiram créditos florestais. Atualmente, a Lei Florestal de 2017 restringe esse mercado apenas a empresas vietnamitas com altas emissões.
Segundo o ministério, essa abertura é necessária para tornar o país mais competitivo no mercado internacional e atrair investimentos, igualando-se a setores como energia, transporte e agricultura, que já operam em mercados mais consolidados.
O Vietnã já vem testando iniciativas no setor desde 2022. Um projeto-piloto de transferência de reduções de emissões florestais no centro-norte do país resultou na negociação de 10,3 milhões de toneladas de CO₂ com o Banco Mundial, gerando US$ 51,5 milhões em receita.
No entanto, algumas regiões como Lao Cai e Son La ainda não avançaram por falta de um marco legal robusto. Para resolver esse entrave, o novo decreto define etapas claras para avaliação, transferência e pagamento por serviços ambientais.
A proposta também trata dos mecanismos de precificação dos créditos, prevendo que os Comitês Populares provinciais definam valores mínimos dentro de suas regiões. Onde não houver definição local, o Ministério assumirá as negociações, submetendo propostas ao Primeiro-Ministro.
O texto ainda apresenta duas formas de pagamento aos prestadores do serviço: diretamente via contrato ou bolsa de carbono, ou indiretamente, por meio do Fundo de Proteção e Desenvolvimento Florestal.
O mercado nacional de carbono está previsto para operar oficialmente até 2029, como parte da estratégia do Vietnã para atingir a neutralidade de emissões até 2050. Para isso, o governo designou a Bolsa de Valores de Hanói como responsável por organizar e regular as negociações.
O objetivo é criar um ambiente de mercado eficiente, com custos reduzidos para empresas e alto impacto na redução de gases de efeito estufa, contribuindo para as metas da Contribuição Nacionalmente Determinada do país
Saiba mais: Mercado de carbono irá proteger 150 Mi de Hectares
Projeto Mejuruá: Meio Ambiente
O Projeto Mejuruá desenvolve ações voltadas uma preservação da floresta por meio do controle do desmatamento. A iniciativa busca conservar grandes áreas de vegetação nativa, mantendo o carbono no solo e nas árvores, o que reduz sua liberação na atmosfera e contribui para o enfrentamento da crise climática. Garantindo abrigo para diversas espécies e sustentando os ciclos ecológicos da região.