O uso de biochar tem ganhado destaque no mercado de carbono do Reino Unido, abrindo novas possibilidades para agricultores e proprietários de terras.

Recentemente, uma empresa britânica vendeu créditos de carbono gerados a partir da produção de biochar por £ 200 por tonelada. Esse valor representa uma remuneração expressiva e mostra o potencial econômico dessa prática sustentável.
O biochar é um tipo de carvão vegetal produzido pela queima controlada de resíduos orgânicos na ausência de oxigênio, um processo conhecido como pirólise.
Quando incorporado ao solo, ele atua como um estoque de carbono, evitando que o CO₂ retorne à atmosfera por centenas de anos. Além disso, melhora a fertilidade do solo, o que o torna atraente tanto do ponto de vista ambiental quanto agrícola.
No contexto do mercado de carbono, o biochar se destaca por sua capacidade de sequestro de carbono de longo prazo.
Para ser comercializado, o crédito precisa ser certificado, o que envolve comprovar a origem do material, o processo de produção e o destino final do biochar. Uma vez validados, esses créditos podem ser vendidos a empresas interessadas em compensar suas emissões.
O Reino Unido tem sido um dos países que mais avançam na regulamentação e incentivo ao mercado de carbono voluntário.
Com preços elevados e crescente demanda por soluções climáticas de impacto, a utilização de biochar surge como uma alternativa viável e lucrativa para produtores rurais que desejam diversificar suas receitas e contribuir para a agenda climática.
Essa tendência também pode inspirar políticas similares em outras regiões, como o Brasil, onde práticas agrícolas regenerativas e o uso de resíduos orgânicos podem ter papel importante no desenvolvimento de créditos de carbono rurais.
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O exemplo britânico mostra que, com certificação adequada e estrutura de mercado, soluções simples como o biochar podem gerar benefícios econômicos e ambientais de grande escala.