Créditos de Carbono do Solo: Clima e Agricultura

Na fazenda da família Gent o solo não é arado há 17 anos.Com práticas regenerativas, como o cultivo de trevo e a redução de fertilizantes, o agricultor Thomas Gent está tentando trazer a saúde do solo e aumentar o sequestro de carbono cada vez mais.

A agricultura regenerativa tem potencial de crescimento para o mercado de compensações, mas cientistas questionam suas credenciais verdes

Essas práticas além de sustentáveis estão se tornando uma oportunidade de negócio, à medida que cresce o mercado de créditos de carbono do solo.

Gent colabora com a Agreena que é uma startup dinamarquesa que desenvolve créditos de carbono a partir de práticas regenerativas. A empresa já trabalha com milhares de agricultores na Europa e opera um programa de carbono do solo verificado pela Verra.

Os produtores recebem em média € 20 a € 50 por hectare, com a Agreena ficando com 15% de comissão, usando sensoriamento remoto e modelagem para monitorar os estoques de carbono.

Saiba mais:Climeworks reduz 22% do quadro enquanto EUA avançam na remoção de carbono

Apesar do crescimento, há um ceticismo presente. Os Cientistas alertam que ainda há incertezas sobre a real capacidade do solo de armazenar carbono de forma confiável. Grupos agrícolas e pesquisadores questionam se é possível prever com precisão os níveis de carbono e alertam para riscos contratuais em longo prazo.

A Sociedade Britânica de Ciência do Solo recomenda cautela com esquemas de monetização. Alguns especialistas temem que o mercado acabe incentivando soluções simplificadas, ignorando os riscos ambientais e sociais mais amplos.

A exigência de compromissos de longo prazo, como contratos de 10 anos, pode ser um desafio para agricultores que enfrentam mudanças climáticas extremas, como secas ou enchentes, ou mesmo dificuldades financeiras inesperadas.

Ainda assim para muitos produtores os créditos de carbono representam uma forma de diversificar a renda, alinhar com políticas de sustentabilidade corporativa e participar da transição climática.

Se bem regulado e com transparência científica, o comércio de carbono do solo pode se tornar uma ponte entre a agricultura regenerativa e os esforços globais de descarbonização.

Saiba mais: DP World amplia Programa Carbon Inset para reduzir emissões

Fale Conosco

Entre em contato com a BR Arbo e
obtenha mais informações sobre o
nosso trabalho.