A Índia e o Japão estão prestes a criar um Mecanismo de Crédito Conjunto (JCM), uma ferramenta bilateral que permitirá o comércio de créditos de redução de emissões entre os dois países.
Com previsão de finalização nos próximos dois meses, o JCM visa fomentar os esforços de descarbonização da Índia, ao mesmo tempo que fornece ao Japão uma maneira eficiente de cumprir seus compromissos climáticos.
O JCM funciona de maneira que as empresas japonesas investirão e implantarão tecnologias avançadas de remoção de carbono na Índia.
Em contrapartida, o Japão receberá créditos de carbono, que poderão ser usados para compensar suas próprias emissões ou ser negociados no mercado nacional de carbono.
Leia: Índia e Desafios para o Desenvolvimento Econômico Verde
A iniciativa é toda como um meio para a Índia direcionar os investimentos para setores de energia limpa que ainda estão em desenvolvimento na nação.
A experiência tecnológica do Japão, principalmente em áreas como energia solar térmica, hidrogênio verde e combustível de aviação sustentável (SAF), pode fomentar a transição econômica sustentável da Índia.
A Índia, por sua vez, se beneficiará não só dos investimentos, mas também do avanço tecnológico que acelerará sua sustentabilidade energética a longo prazo.
O Japão já declarou acordos parecidos com outros países, como Indonésia, Quênia e Vietnã, e visa ampliar ainda mais essa rede de parcerias. As negociações com a Índia, contudo, são as mais longas e complexas, com início em 2014.
Essa longa burocracia destaca a complexidade e os riscos envolvidos em acordos climáticos desse tipo, que necessitam de um equilíbrio entre os benefícios econômicos e a integridade ambiental.
Apesar de o JCM prometer importantes benefícios para ambos os países, obstáculos ainda precisam ser superados. A principal problemática é garantir que as reduções de emissões não sejam contabilizadas duas vezes, o que poderia comprometer a credibilidade do mecanismo.
Saiba mais: Índia é Protagonista em Financiamento de Energia Limpa
Ademais, a Índia terá o desafio de criar a capacidade de sustentar e melhorar ainda mais essas tecnologias de forma independente ao longo do tempo, garantindo que os benefícios do JCM sejam duradouros e não dependam exclusivamente de investimentos externos.