Para que o mercado voluntário de carbono seja rentável e estável, é necessária a regulamentação dos créditos de carbono.
O mercado voluntário de carbono (MVC) pode gerar investimentos essenciais para a luta contra os impactos das mudanças climáticas, além de proporcionar um fluxo de capital essencial para comunidades vulneráveis.
Porém, a falta de regulamentação eficaz no setor de comercialização de créditos de carbono causa desconfiança por parte dos investidores, o que impede o seu crescimento e limita a atração de recursos financeiros necessários para alcançar uma economia verde.
Com isso em mente, para que os mercados voluntários de carbono cumpram seu verdadeiro potencial e atraiam capital, é necessário criar uma regulamentação robusta que inspire credibilidade no setor de crédito de carbono, promovendo a transparência e a integridade dos projetos.
O mercado de carbono é formado por três categorias principais: voluntário, conformidade e os mercados do Artigo 6º da ONU.
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Os mercados de conformidade, como o sistema de comércio de emissões da União Europeia (EFETS), são rigorosamente regulados e supervisionados. Já os mercados voluntários operam sem o mesmo controle, comprometendo sua credibilidade.
Em 2023, os mercados de carbono voluntários movimentaram apenas US$ 723 milhões, enquanto os mercados de conformidade, como o EU ETS, atingiram quase US$ 1 trilhão. Esta diferença provém da carência regulatória universal.
Assim, a falta de um sistema padronizado de regulamentação tem gerado dúvidas sobre a eficácia e qualidade desses créditos, o que afasta investidores potenciais. Logo, para que o mercado voluntário de carbono atinja seu pleno potencial, ele precisa ser normatizado.
A criação de uma estrutura regulatória adequada garantiria que os créditos de carbono sejam considerados ferramentas financeiras transparentes e negociáveis, promovendo rentabilidade e impacto ambiental positivo.
Um exemplo, no Reino Unido, um novo instrumento legislativo foi implementado com o objetivo de regulamentar as agências de classificação ambiental, social e de governança (ESG).
No entanto, a regulação do mercado de carbono precisa ir além, abrangendo desde as divulgações de projetos até os agentes do mercado, como traders e seguradoras, garantindo, assim, que todos os participantes da negociação operem de maneira transparente.
Sendo assim, um mercado voluntário de carbono regulamentado poderia desbloquear fluxos de recursos monetários, com o potencial de gerar US$ 700 bilhões em investimentos.
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Isso não só ajudaria na redução de até 1,2 bilhão de toneladas de emissões de CO2, mas também promoveria a restauração de até 150 milhões de hectares de terra e criaria mais de 17 milhões de empregos, tornando o mercado de crédito de carbono uma opção promissora e poderosa para o bem-estar ambiental e social.
Conclusão
Portanto, ao introduzir regulamentos transparentes e robustos, o mercado de carbono pode se transformar em um instrumento financeiro confiável e de alto impacto, capaz de atrair bilhões de dólares em investimentos, tornando-se essencial na luta contra mudanças climáticas.