A Autoridade Europeia de Valores Mobiliários e Mercados (ESMA) decidiu liberar os fundos de títulos verdes da União Europeia para continuar investindo em títulos emitidos por grandes poluidores após introduzir permissões em suas novas instruções de nomeação de fundos.
Essa estratégia segue o anúncio de regras robustas, que, a priori, geraram inquietações no setor financeiro sobre a viabilidade de empresas de serviços públicos e energia arrecadarem fundos para projetos sustentáveis.
Em outubro, a ESMA implementou novas diretrizes que restringem como os fundos podem usar termos como “verde”, “ambiental” ou “impacto” para se rotular como sustentáveis.
As regras proíbem fundos de investir em empresas que obtenham mais de 50% de sua receita de gás, petróleo e carvão, além de isentar empresas de eletricidade mais poluentes a fazerem parte do mercado.
Essa decisão forçou muitos gestores de fundos a começarem a revisar os nomes de seus fundos ou vender ativos que não atendem aos novos critérios.
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Porém, a ESMA anunciou uma exceção importante: os fundos poderão manter títulos verdes usados para financiar projetos verdes vendidos por empresas em setores intensivos em carbono, desde que os próprios títulos atendam ao Green Bond Standard, que será lançado em 21 de dezembro, oferecendo maior flexibilidade aos investidores, que poderão continuar a financiar a transição para uma economia verde, sem precisar alterar sua rentabilidade.
A exceção, entretanto, não se aplica a empresas que não aderem aos princípios do Pacto Global da ONU ou às diretrizes da OCDE para empresas multinacionais.
As empresas de energia, que representam uma parte significativa do mercado global de títulos verdes, emitiram mais de US$ 70 bilhões em dívidas até setembro de 2024, um setor crucial para o desenvolvimento de iniciativas de sustentabilidade.
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Relação com o Projeto Mejuruá
Iniciativas como o Projeto Mejuruá da BR ARBO também apontam o potencial da conservação florestal amazônica para atingirem as metas sustentáveis, sendo considerado um projeto de viés ambiental.
Projetos como o Mejuruá contribuem para o mercado de carbono global ao preservar ecossistemas, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a economia local, alinhando-se com a perspectiva de transição para uma economia mais sustentável.
Ana Carolina Turessi