O crédito verde no Vietnã desponta como uma oportunidade significativa para fomentar uma transição econômica sustentável. Contudo, apresenta uma série de desafios estruturais que limitam seu potencial de desenvolvimento.
Durante as recentes discussões na Assembleia Nacional (AN), foram levantadas questões importantíssimas sobre o acesso ao financiamento verde, principalmente por parte dos países emergentes, e os empecilhos estruturais que comprometem seu desenvolvimento.

O deputado da NA, Le Dao An Xuan, destacou a importância de empresas migraram de modelos “marrons” para “verdes”, especialmente em um cenário alarmante ante as mudanças climáticas.
Apesar de diretrizes governamentais e incentivos para finanças verdes, as pequenas e médias empresas (PMEs) enfrentam dificuldades para acessar crédito verde devido às altas taxas de investimento inicial e à ausência de suporte efetivo.
Saiba mais: Manguezais com potencial em crédito de carbono
O Banco Estatal do Vietnã (SBV) relatou avanços no setor, com o número de instituições de crédito oferecendo financiamentos verdes aumentando de cinco em 2017 para 50 em 2024.
Porém, o crédito verde ainda representa apenas 4,5% do total da dívida pendente na economia do Vietnã, destacando um vasto potencial ainda inexplorado.
A falta de uma economia verde internacionalmente unificada é uma das principais problemáticas para o crescimento do setor. Essa ausência complica a avaliação de projetos elegíveis e dificulta a alocação de recursos financeiros de modo eficaz.
Ademais, os altos custos de investimento, os longos prazos de retorno contábil e as restrições impostas por autoridades locais tornam os projetos verdes arriscados e limitados para as instituições financeiras, sendo necessária maior flexibilidade regulatória. Assim, os interesses das instituições privadas sobre os projetos verdes ficam escassas.
Le Hoang Lan, do Ministério do Planejamento e Investimento, ressaltou que as diretrizes atuais focam principalmente nos aspectos ambientais, negligenciando dimensões sociais e de governança.
Portanto, o desenvolvimento do crédito verde no Vietnã requer soluções integradas que combinem suporte político, regulações claras e incentivos financeiros mais competitivos para impulsionar este mercado, a fim de superar os desafios e transformar o crédito verde em um motor para a transição para uma economia mais sustentável e inclusiva.
Relação com o Projeto Mejuruá
Iniciativas como o Projeto Mejuruá da BR ARBO também apontam o potencial da conservação florestal amazônica para atingirem as metas sustentáveis, sendo considerado um projeto de viés ambiental.
Projetos como o Mejuruá contribuem para o mercado de carbono global ao preservar ecossistemas, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a economia local, alinhando-se com a perspectiva de transição para uma economia mais sustentável.
Ana Carolina Turessi