Combinando economias em desenvolvimento e grandes emissores de gases de efeito estufa, o grupo BRICS se destaca como um potencial protagonista de iniciativas globais no mercado de créditos de carbono.
Após sua recente expansão, passando de cinco para dez membros, o bloco Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, chamado de BRICS, reforça sua importância econômica e ambiental em relação ao PIB mundial, sendo responsável por 65% da produção real.
Papel da China na transição energética
A. China, sendo considerada a maior emissora global de gases de efeito estufa por causa da sua gigante capacidade produtiva, apresenta projetos sustentáveis ousados voltados à transição energética com participação crescente de fontes renováveis como solar e eólica.
Com um mercado interno robusto, a China já opera o maior sistema de comércio de emissões do mundo. Seu modelo pode servir de referência para os demais países do BRICS, destacando a importância de mecanismos de mercado para precificar carbono e incentivar a transição energética.
Papel do mercado de carbono na transição energética
Brasil: liderança ambiental e desafios internos
Entre os fundadores da aliança, o Brasil possui um perfil diferenciado no contexto de emissões, graças à predominância de fontes renováveis em seu portfólio de recursos naturais.
No entanto, o desmatamento DA Amazônia continua sendo a principal fonte de emissões do país, limitando seu potencial de se consolidar como líder ambiental no BRICS.
Com isso, a redução do desmatamento é uma das políticas mais viáveis e urgentes que devem ser implementadas.
No entanto, sua posição privilegiada como maior detentor de cobertura florestal no bloco oferece oportunidades estratégicas para liderar discussões e ações no mercado de carbono.
Amazônia e degradação florestal
Índia, Rússia e África do Sul: caminhos distintos
• Índia: o país apresenta desafios para implementar políticas de carbono zero, já que possui alta dependência de combustíveis fósseis. Porém, o forte investimento em energia solar fica evidente, buscando equilibrar crescimento econômico com sustentabilidade.
• Rússia: apesar de sua enorme riqueza em recursos naturais, a Rússia ainda depende fortemente de combustíveis fósseis, o que limita avanços no mercado de carbono. Contudo, como apresenta vasta extensão florestal, as emissões foram parcialmente absorvidas.
• África do Sul: como maior emissor do continente africano, a África do Sul tem investido em energia renovável, mas enfrenta dificuldades econômicas e estruturais para implementar um mercado de carbono eficiente, necessitando urgentemente de um financiamento climático.
A participação ativa dos BRICS pode ser enxergada por meio da integração em fóruns internacionais, como o G20, reforçando sua influência em negociações climáticas e econômicas, além de ampliar sua capacidade de moldar políticas globais relacionadas ao mercado de carbono.
O mercado de créditos de carbono é uma oportunidade estratégica para o BRICS assumir protagonismo no combate às mudanças climáticas e na transição para uma economia de baixo carbono.
Com ações coordenadas e investimentos na estrutura organizacional, o bloco pode alinhar crescimento econômico com sustentabilidade, reforçando sua posição como protagonista no mercado de carbono e sustentabilidade.