Senado Brasileiro aprova projeto de lei para criação de um Mercado de Créditos de Carbono

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta semana, um novo projeto de lei que promove um mercado de crédito de carbono estruturado oficialmente no Brasil

Na última terça-feira (19), a Câmara dos Deputados aprovou um novo projeto de lei (PL 182/2024) que regulamenta o mercado de crédito de carbono no Brasil, que objetiva impulsionar a sustentabilidade e reduzir as emissões de gases poluentes, reforçando o compromisso brasileiro para com o Acordo de Paris.

Senado Brasileiro aprova projeto de lei para criação de um Mercado de Créditos de Carbono
Senado Brasileiro aprova projeto de lei para criação de um Mercado de Créditos de Carbono

A proposta cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) e é vista como uma significativa conquista para setores públicos e privados nacionais.

A criação de um mercado de carbono formal tem sido um objetivo do governo federal, tanto para alinhar o Brasil com as metas climáticas globais quanto para atrair investimentos voltados à economia verde.

O SBCE será supervisionado por órgãos governamentais e funcionará como uma plataforma para a comercialização de créditos de carbono, com empresas comprando e vendendo compensações para emitir gases poluentes, de acordo com restrições definidas previamente.

O objetivo é criar atrativos econômicos para que empresas troquem tecnologias poluentes por alternativas mais limpas, como energias renováveis, promovendo uma transição para uma economia mais sustentável.

O projeto também foi pensado para proteger os direitos das comunidades indígenas e tradicionais, contudo, continuam ressalvas sobre a possibilidade de pressões indevidas por parte de empresas sobre essas populações, que muitas vezes são afetadas por projetos fraudulentos de créditos de carbono florestal.

Outro ponto polêmico é a exclusão do setor agropecuário da regulação direta, que poderá participar do mercado de carbono, mas por meio de projetos voluntários, gerando questionamentos, principalmente porque o setor agropecuário é responsável por uma parcela significativa das emissões do país, com destaque para o desmatamento na Amazônia.

A aprovação do PL ocorreu enquanto o Brasil participava da COP29, na qual a criação de um mercado de carbono internacional tem sido um tema central, contribuindo para um momento oportuno para a aprovação.

Nessa conjuntura, o mercado brasileiro de créditos de carbono será uma estratégia para evitar prejuízos econômicos e garantir o cumprimento das novas exigências.

As expectativas para os próximos anos incluem a regulamentação detalhada e a implementação de mecanismos de monitoramento, como o comitê consultivo permanente do SBCE, que garantirá transparência e confiabilidade nas transações.

Com a aprovação presidencial, o Brasil dará um passo significativo em direção a uma economia verde e transição da matriz energética alinhada com as metas climáticas globais, ao mesmo tempo em que buscará garantir sua posição no mercado global de créditos de carbono.

Relação com o Projeto Mejuruá

Iniciativas como o Projeto Mejuruá da BR ARBO também apontam o potencial da conservação florestal amazônica para atingirem as metas sustentáveis, sendo considerado um projeto de viés ambiental.
Projetos como o Mejuruá contribuem para o mercado de carbono global ao preservar ecossistemas, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a economia local, alinhando-se com a perspectiva de transição para uma economia mais sustentável.
Ana Carolina Turessi

Fale Conosco

Entre em contato com a BR Arbo e
obtenha mais informações sobre o
nosso trabalho.