COP16: A Batalha pela Biodiversidade e as Críticas à Abordagem Colonial

A Conferência das Partes (COP16) está em andamento em Cali, Colômbia, reunindo líderes globais para discutir a proteção da biodiversidade.

Este encontro é crucial para finalizar o novo Quadro Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal, mas já enfrenta críticas severas quanto à sua abordagem colonial e ineficaz.

Apesar da urgência em proteger a biodiversidade, o modelo adotado pela COP16 foi descrito como colonial e abusivo, refletindo uma falta de consideração pelos direitos das comunidades indígenas.

A estrutura de financiamento proposta, que depende do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), é problemática, pois não garante o Consentimento Livre, Prévio e Informado das comunidades afetadas.

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Falhas no Financiamento e Seus Benefícios na COP16

Uma análise revelou que apenas um projeto dos 22 aprovados se destina a beneficiar diretamente os povos indígenas.

A maioria do financiamento está concentrada em agências tradicionais de conservação, como o WWF e a Conservation International, que têm um histórico de violação dos direitos humanos.

A COP16 também verá o lançamento de iniciativas de créditos de biodiversidade, semelhantes aos mercados de carbono.

Essa abordagem trata a natureza como uma mercadoria, permitindo que empresas compensem sua poluição comprando créditos, muitas vezes às custas das comunidades locais.

A mercantilização da natureza é vista como uma ameaça direta aos direitos dos povos indígenas, que já enfrentam grilagens de terras.

As comunidades indígenas e suas organizações exigem que seus direitos sejam respeitados, insistindo na necessidade de uma abordagem que priorize a proteção da biodiversidade por meio do reconhecimento das terras e direitos indígenas.

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Conexão com o Projeto Mejuruá

O Projeto Mejuruá, de Gaetano Buglisi, surge como uma alternativa promissora, buscando integrar a conservação da biodiversidade com o respeito aos direitos das comunidades locais.

Com um enfoque na restauração ambiental e na valorização das práticas tradicionais, o projeto pode servir como um modelo de como proteger a biodiversidade de maneira inclusiva e eficaz.

Desafiando as abordagens coloniais que dominam as discussões atuais na COP16.

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Por Ana Carolina Ávila

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