Recentemente, um estudo do Boston Consulting Group (BCG) destacou o grande potencial do Brasil em projetos de bioenergia associados à créditos de carbono.
Apesar do alto investimento inicial e da falta de políticas de estímulo, a pesquisa aponta que os benefícios superam os desafios, com perspectivas de receitas atraentes para as empresas.
A BCG observa que, enquanto o investimento em BECCS varia entre US$ 100 milhões a US$ 1 bilhão, o valor dos créditos de carbono gerados por essa tecnologia pode chegar a US$ 300 por tonelada de CO2, superando créditos de projetos florestais.
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A Necessidade de Políticas Públicas Eficazes para créditos de carbono
Um dos principais entraves para a implementação de projetos de BECCS no Brasil é a ausência de políticas públicas robustas.
Enquanto países como os EUA e na Europa têm adotado incentivos para apoiar a transição energética, o Brasil ainda carece de um debate maduro sobre essas políticas.
O diretor da BCG, Ricardo Pierozzi, sugere a criação de incentivos financeiros que beneficiem tanto os produtores quanto o consumo de bioenergia, especialmente em setores como etanol e papel e celulose, onde a biomassa é abundante.
A expectativa é que, com a regulamentação do mercado de carbono em discussão no Congresso Nacional, o Brasil possa ver um impulso significativo em projetos de BECCS.
A Agência Internacional de Energia (IEA) projeta que até 2030, a capacidade de captura de CO2 pode alcançar 40 milhões de toneladas anualmente, impulsionada pelo aumento de iniciativas no setor.
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Relação com o Projeto Mejuruá
Nesse contexto, o Projeto Mejuruá, da BR ARBO, exemplifica um esforço alinhado às tendências de captura de carbono e bioenergia.
Ao focar na restauração florestal e na inclusão de comunidades locais, o projeto não apenas contribui para a mitigação das mudanças climáticas.
Além de promover práticas sustentáveis que podem complementar os objetivos de BECCS no Brasil.
Demonstrando como a sinergia entre bioenergia e reflorestamento pode resultar em benefícios econômicos e ambientais para todos.
Por Ana Carolina Ávila