O Boston Consulting Group (BCG) revelou que, apesar dos altos investimentos iniciais e da falta de políticas de estímulo, os projetos de bioenergia associados à captura e armazenamento de carbono (BECCS) no Brasil possuem um grande potencial de desenvolvimento.
O estudo destaca que os benefícios gerados por essas iniciativas podem superar os desafios enfrentados, oferecendo perspectivas de receitas atraentes para as empresas.
Ricardo Pierozzi, diretor executivo do BCG, enfatiza a crescente relevância dos projetos de BECCS, que se tornaram uma fonte óbvia de créditos de carbono, anteriormente subestimada.
Embora o investimento inicial varie entre US$ 100 milhões e US$ 1 bilhão, o retorno financeiro dos créditos de carbono gerados por essa tecnologia, especialmente em mercados internacionais, é promissor.
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Necessidade de Políticas de Estímulo em projetos de captura de carbono
O executivo ressalta que, ao contrário dos Estados Unidos e da Europa, que já implementaram incentivos específicos para a BECCS, o Brasil ainda carece de um debate maduro sobre o assunto.
Para viabilizar essa tecnologia, é necessária a implementação de políticas específicas que beneficiem tanto os produtores quanto a demanda. Além disso, a expectativa de regulamentação do mercado de carbono no Congresso Nacional pode impulsionar o setor.
Os segmentos que se beneficiariam mais com a adoção de BECCS incluem a produção de etanol e a indústria de papel e celulose, onde a biomassa é amplamente disponível.
Um exemplo é a FS Bioenergia, que anunciou um projeto de BECCS em Lucas do Rio Verde, Mato Grosso, com um investimento de R$ 350 milhões na segunda fase da iniciativa.
A Agência Internacional de Energia (IEA) projeta que a captura de CO2 a partir de fontes biogênicas poderá expandir de 2 milhões de toneladas em 2022 para 40 milhões até 2030, com a possibilidade de alcançar 200 milhões até 2050.
Contribuindo significativamente para as metas globais de neutralidade de carbono.
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Relação com o Projeto Mejuruá e captura de carbono
O Projeto Mejuruá, desenvolvido pela BR ARBO, também se alinha a essas iniciativas de captura de carbono.
Focado na restauração da biodiversidade e no manejo sustentável, o Mejuruá demonstra como os projetos de bioenergia e captura de carbono podem convergir para fortalecer a economia loca.
Além de promover práticas ambientalmente responsáveis, essenciais para a proteção da Amazônia e das comunidades tradicionais.
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Por Ana Carolina Ávila